Um estudo amplo foi desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA/UFRJ) sobre o fogo registrado na Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar (Rede Amolar). Na linha do tempo montada com os dados dos últimos 11 anos, é possível perceber como o ciclo do fogo no Pantanal decorreu e há indicativo que o período mais crítico para incêndios começa em setembro.
No ano de 2020, houve danos catastróficos em todo a Rede Amolar, um território que é corredor de biodiversidade, formado por Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPNs) e o Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense, área de Patrimônio Natural da Humanidade. Sendo formado por 300 mil hectares e abriga espécies como a onça-pintada, ariranhas, antas, tamanduás-bandeiras.
“De acordo com registros históricos, a região da Rede Amolar costuma ser mais afetada pelo fogo a partir de setembro, com a atenção se estendendo até janeiro. Em muitos anos, como 2013, 2015, 2017, 2018, 2019 e 2022, os meses do final da primavera ou início do verão são os mais afetados do ano”, detalhou os pesquisadores do Lasa/UFRJ.
O presidente do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), Ângelo Rabelo, reforça que após a queimada de 2020, a região ainda passa por um processo de recuperação. “Essa área representa um corredor para a biodiversidade onde há centenas de espécies de mamíferos, de aves e de répteis. Fizemos o plantio de 25 mil mudas em parte dessa área, mas ainda é preciso uma continuidade de ações para garantir a conservação e o processo de produção de natureza que é possível ter nesse território.”
A mobilização em torno do desenvolvimento científico e a implantação de ações de conservação na Rede Amolar fazem parte do projeto de mitigação dos efeitos dos incêndios de 2020 e prevenção contra novos incêndios na Serra do Amolar, no Pantanal.
Patrimônio da Humanidade
A região da Serra do Amolar em 2020, foi atingida pelo maior incêndio já registrado em mais de um século de registros. Em torno de 97% da área foi queimada. Essa região faz parte da Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar. A Rede é um programa criado em 2008 pelo IHP, que abrange áreas federais, estaduais e particulares, incluindo o Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense, sítio de importância internacional pela Convenção de Ramsar.
A Serra do Amolar é classificada pelo Ministério do Meio Ambiente como uma área de conservação de biodiversidade de prioridade extremamente alta. A Unesco denomina essa região como Reserva da Biosfera Mundial e desde 2000 considera o Complexo de Áreas Protegidas do Pantanal (Parque Nacional, RPPN Acurizal, RPPN Penha, RPPN Dorochê e RPPN Rumo ao Oeste) como Patrimônio Natural da Humanidade.
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