O senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB e candidato derrotado à Presidência da República nas eleições gerais de 2014, negou por meio de nota na terça-feira (15) as acusações contra ele do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS). O Supremo Tribunal Federal (STF) homologou acordo de colaboração do parlamentar na terça-feira.
As acusações, na opinião de Aécio, são “mentirosas, que não se sustentam na realidade e se referem apenas a ‘ouvir dizer’ de terceiros”. Uma das referências é a uma fundação da família de Aécio Neves, que seria sediada em Liechtenstein, e que poderia haver relação entre a fundação e o escândalo de corrupção conhecido como mensalão mineiro.
“O assunto em questão foi devidamente analisado e arquivado, há mais de cinco anos, em 2010, após a Justiça Federal e o MPF do Rio de Janeiro constatarem a inexistência de qualquer irregularidade. Não houve sequer abertura de ação penal”, diz a nota divulgada pela assessoria do senador. O texto também ressalta que toda a movimentação foi declarada no imposto de renda da mãe do senador tucano.
Aécio afirmou ainda que Delcídio “repete o que vem sendo amplamente disseminado há anos pelo PT, que tenta criar falsas acusações envolvendo nomes da oposição” e que ele entra em contradição quando cita Aécio em relação ao caso que ficou conhecido como lista de Furnas.
“É curioso observar a contradição na fala do delator, já que ao mesmo tempo em que ele diz que a lista de Furnas é falsa, ele afirma que houve recursos destinados a políticos”, diz a nota.
O tucano garantiu que “jamais tratou com o delator Delcídio de nenhum assunto referente à CPMI [Comissão Parlamentar Mista de Inquérito] dos Correios. Também jamais pediu a ninguém que o fizesse”. E ainda que “nunca manteve qualquer relação com o Banco Rural, teve conta-corrente na instituição ou solicitou empréstimos”.
Ele negou ainda que o PSDB tenha atuado na CPMI dos Correios para proteger qualquer pessoa e diz que isso pode ser comprovado ao observar que o relatório final da comissão pede o indiciamento de integrantes do partido.
“Por fim, e ainda sobre esse assunto, é fácil demonstrar que Delcídio do Amaral não está falando a verdade. Ele diz que foi a Minas tratar com o então governador Aécio de assunto referente à CPMI. É mentira. O relatório final da CPMI data de abril de 2006 e a viagem de Delcídio a Minas ocorreu dois meses depois, no dia 7 de junho de 2006. O que demonstra que ele não poderia ter tratado de assunto da CPMI já encerrada. Na verdade, o encontro ocorrido foi a pedido dele para tratar do apoio partidário a seu nome nas eleições estaduais, em 2006, quando ele pretendia ser candidato em Mato Grosso do Sul”, conclui a nota.
Leia na íntegra o acordo de colaboração premiada do senador Delcídio do Amaral:
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*Com informações da Agência Brasil