O julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete réus acusados de articular uma tentativa de golpe de Estado iniciou na última semana, com duas sessões realizadas nos dias 2 e 3 de setembro. O julgamento será retomado na próxima terça-feira (9) pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa é a primeira vez na história do Brasil que um ex-presidente e militares de alta patente enfrentam acusação de tentativa de golpe.
Até o momento, o relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e as defesas dos réus já se manifestaram. A Primeira Turma do STF, que conduz o julgamento, é composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino. As acusações envolvem crimes como participação em organização criminosa armada e tentativa de golpe de Estado.
Os réus do "núcleo 1" incluem Bolsonaro, militares e outros aliados políticos. Cada um enfrenta acusações diferentes, mas a maioria é acusada de crimes como tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada. Apenas o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, é acusado de três crimes. A defesa de Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, pediu a manutenção de seu acordo de delação premiada.
No primeiro dia de julgamento, o procurador-geral Paulo Gonet pediu a condenação dos réus. Durante a sessão, as defesas apresentaram seus argumentos. O advogado de Mauro Cid defendeu que seu cliente não foi coagido a fazer a delação, enquanto o defensor de Ramagem negou que o ex-diretor tenha monitorado ilegalmente opositores políticos de Bolsonaro. Já a defesa de Anderson Torres classificou como "minuta do Google" o documento encontrado pela Polícia Federal que detalha o golpe.
O julgamento será retomado na terça-feira (9), com o anúncio dos votos dos ministros da Primeira Turma do STF. A agenda para as próximas sessões é de 9, 10, 11 e 12 de setembro. Caso o ministro Moraes se posicione favoravelmente à condenação, ele pode sugerir uma pena, que será anunciada pelo presidente da turma, Cristiano Zanin. Se Bolsonaro for condenado, ele ainda poderá recorrer da decisão.