O primeiro dia do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete acusados no Supremo Tribunal Federal foi marcado pela apresentação do relatório do ministro Alexandre de Moraes e pelas sustentações da Procuradoria-Geral da República e das defesas. A sessão teve início na manhã desta terça-feira (2) e foi suspensa às 17h55, com retomada prevista para quarta-feira (3).
Logo no início, o relator leu o relatório da ação penal, reunindo desde a fase de investigações até as alegações finais do processo. Em seguida, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a condenação de todos os réus. Segundo ele, houve uma tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
As defesas, no entanto, negaram as acusações. O advogado de Mauro Cid pediu a manutenção do acordo de delação premiada e rejeitou a tese de que o militar tenha sido coagido. Já o representante de Alexandre Ramagem afirmou que o ex-diretor da Abin apenas “compilava pensamentos do presidente da República” e não determinou monitoramentos ilegais.
A defesa de Almir Garnier sustentou que o ex-comandante da Marinha jamais colocou as tropas à disposição de uma tentativa de golpe. Por sua vez, o advogado de Anderson Torres classificou a chamada minuta do golpe como “minuta do Google”, minimizando o documento apreendido pela Polícia Federal.
Encerrada a primeira sessão, os ministros ouvirão nesta quarta-feira os demais advogados, incluindo as defesas de Bolsonaro, de Augusto Heleno, de Braga Netto e de Paulo Sérgio Nogueira. A votação, que pode resultar em penas superiores a 30 anos de prisão, deve começar apenas nas próximas sessões.
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