Na manhã desta terça-feira (3) foi realizada na Câmara Municipal uma audiência pública com os moradores do bairro Nova Campo Grande para cobrar providências contra o mau cheiro da região.
“Queremos uma solução. Não queremos mais arrastar esse problema que temos há 24 anos. Há 24 anos somos inundados por esse mau cheiro. A empresa é grande e existem outras empresas. Não queremos uma redução, pois há dias em que diminui. O mau cheiro não passa e desvaloriza nossos imóveis. Eu amo o bairro onde moro há 24 anos. Não estou aqui para fazer politicagem e quero simplesmente lutar pelo bairro onde moro”, disse a vice-presidente da Associação de Moradores do Nova Campo Grande, Fábia Brites.
“Há o risco de poluição de córregos próximos. Essa manifestação é de suma importância para que a fiscalização possa trazer esse conforto melhor para a comunidade”, complementou o presidente do Conselho Regional do Imbirussu, Celso de Souza Laureano.
Os moradores da região em fevereiro realizaram uma manifestação, para chamar atenção das autoridades. O local escolhido foi próximo ao frigorífico que, segundo eles, é uma das empresas responsáveis pelo odor.
“A intenção dessa audiência não é fechar o frigorífico, pois ele gera emprego e renda para o município. Mas precisamos pensar no bem estar dos moradores. Temos que trazer essa preocupação. Deixamos aberto para qualquer representante do frigorífico que queira se manifestar”, disse o vereador Zé da Farmácia.
Conforme a fiscal da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur) Gisseli Giraldelli nenhuma atividade clandestina foi encontrada na região. “O que foi localizado não tinha relação com o mau cheiro. São 19 licenças no bairro Nova Campo Grande, e a maioria das atividades não geram esse tipo de incômodo”, afirmou.
A fiscal ambiental do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Sandra Regina, afirma que o frigorífico já foi fiscalizado. “Temos feito um trabalho direto com a empresa, com melhorias dos sistemas. Fizemos vistoria no dia 17 de fevereiro, e retornamos no dia 19, pois coisas pequenas poderiam ser resolvidas. O frigorífico tem até o dia 21 de abril para apresentar quais foram as ações implementadas nesse período para resolver a emissão dos odores. Todas as ações que poderiam ser implementadas foram cobradas pelo Imasul. No momento, temos que aguardar e ver qual a solução irão nos dar até 21 de abril”, disse.
Segundo o vereador Coronel Villasanti, a audiência representa um “ato de cidadania”. “Esse é nosso direito legítimo e inquestionável. Ficou definido que queremos a redução da emissão dos gases produzidos por decomposição orgânica. Vamos cobrar a empresa que não enviou representantes, o MPE (Ministério Público Estadual), temos que envolver todos os órgãos responsáveis. Que todos venham conosco nessa caminhada para resolver esse problema na região”, afirmou.