Com a nova diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), a pressão 12 por 8 passa a ser considerada pré-hipertensão. Antes tida como normal, a alteração busca incentivar o cuidado precoce com a saúde. "Esse novo limite acende um alerta para não nos acomodarmos com a pressão", afirma o cardiologista Ítalo Gonçalves de Souza.
Segundo o médico, a mudança é positiva, mas exige atenção ao impacto no sistema público. “Há quem consiga marcar cardiologista com facilidade, mas o aumento da demanda pode sobrecarregar o SUS. Precisamos de mais profissionais preparados”, avalia.
O também professor da Uniderp, José Valério Stefanello, concorda com a importância da prevenção. “Essa reclassificação pode evitar desfechos cardiovasculares graves. A mudança de hábitos será essencial, mesmo que difícil na realidade atual”, pontuou.
Dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão revelam que quase 28% da população adulta é hipertensa, e apenas um terço controla a doença. O documento também recomenda o uso de medicamentos já disponíveis no SUS, adoção de hábitos saudáveis e cuidado especial com mulheres em diferentes fases hormonais.