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Justiça Terça-feira, 19 de Dezembro de 2023, 13:09 - A | A

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TJMS

Condenação de dupla que matou adolescente em lava a jato é mantida pelo TJMS

Recurso foi mantido de forma unânime pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

Elaine Silva
Capital News

Divulgação

Homens que fizeram “brincadeira” com adolescente em Lava Jato, responderão por homicídio

Réus tentaram convencer jurado que foi uma "brincadeira"

Foi mantida pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) a condenação de Thiago Giovanni Demarco Sena, 27 anos, e William Enrique Larrea, 37 anos, ambos sentenciados a 12 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato de Wesner Moreira da Silva, ocorrido em 3 de fevereiro de 2017, em Campo Grande.

Os dois já haviam sido condenados em primeiro grau, os réus, mas apresentaram recurso ao TJMS. Eles solicitaram a anulação do julgamento alegando contrariedade às provas presentes nos autos, bem como o decote/afastamento da qualificadora do emprego de recurso que teria impossibilitado a defesa da vítima.

O relator da matéria, o desembargador José Ale Ahmad Netto, destacou em seu acórdão que os elementos de convicção presentes no caderno de provas sustentam a condenação proferida pelos jurados. Em conclusão, o desembargador foi seguido unanimemente pelos demais membros da 2ª Câmara Criminal do TJMS. Assim, as penas dos réus permanecem inalteradas. Após o acórdão, ainda não foi expedido mandado de prisão, e os condenados seguem em liberdade.

Caso

O crime aconteceu no dia 3 de fevereiro de 2017. Na noite do dia 2, Wesner afirmou para a mãe que pegaria carona com Thiago, um dos acusados pelo crime. “Ele falou, mãe me acorda bem cedo que o Thiago vai vir me buscar para ir ao serviço. “No outro dia, quando o Thiago estava batendo na porta, senti até uma coisa ruim, mas meu filho foi”, conta Marisilva.

Deurico Ramos/Capital News

Lava jato onde adolescente foi ferido com mangueira fica parcialmente destruído após incêndio

 Homens fizeram “brincadeira” com adolescente em Lava Jato

Conforme sabido, noticiado à época e no decorrer do processo, e como consta da peça acusatória, na data de 3 de fevereiro de 2017, por volta das 10 horas, no Lava Jato, localizado na Avenida Interlagos, na Vila Morumbi, região da grande Tiradentes, a dupla introduziu uma mangueira de ar comprimido no ânus de Wesner, causando-lhe ferimentos e em seguida sua morte.

Wesner teria pedido para Willian que comprasse um refrigerante e o mesmo questionou: “De novo? Agora toda hora Coca-Cola!”, e então até passou a bater na vítima com um pano utilizado para limpar carros, dito em tom de brincadeira.

Ainda conforme o processo, Wesner pediu para que ele parasse, mas não foi atendido. Em certo momento se afastou, mas foi imobilizado por Willian que o levou até Thiago, que por sua vez, com a mangueira de compressor de ar, retirou a bermuda e cueca da vítima e introduziu o equipamento em Wesner.

Imediatamente o adolescente começou a passar mal e vomitou, sendo levado ao Centro Regional de Saúde do Bairro Tiradentes e, posteriormente, ao Hospital Santa Casa, onde permaneceu internado até dia 14, quando morreu. O laudo apontou que o óbito foi causado por ruptura do esôfago e choque hipovolêmico por hemorragia torácica aguda maciça.

Quando a mãe ficou sabendo, o filho já estava no hospital. “Estava muito inchado, irreconhecível”, relata. “Fiquei esperando ele melhorar, quando um dia me contou o que aconteceu. Falou que eles sempre faziam esse tipo de brincadeira com ele e, na última vez, um deles laçou ele com pano molhado e o outro colocou a mangueira”, lembra a mãe.

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