Foi mantida pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) a condenação de Thiago Giovanni Demarco Sena, 27 anos, e William Enrique Larrea, 37 anos, ambos sentenciados a 12 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato de Wesner Moreira da Silva, ocorrido em 3 de fevereiro de 2017, em Campo Grande.
Os dois já haviam sido condenados em primeiro grau, os réus, mas apresentaram recurso ao TJMS. Eles solicitaram a anulação do julgamento alegando contrariedade às provas presentes nos autos, bem como o decote/afastamento da qualificadora do emprego de recurso que teria impossibilitado a defesa da vítima.
O relator da matéria, o desembargador José Ale Ahmad Netto, destacou em seu acórdão que os elementos de convicção presentes no caderno de provas sustentam a condenação proferida pelos jurados. Em conclusão, o desembargador foi seguido unanimemente pelos demais membros da 2ª Câmara Criminal do TJMS. Assim, as penas dos réus permanecem inalteradas. Após o acórdão, ainda não foi expedido mandado de prisão, e os condenados seguem em liberdade.
Caso
O crime aconteceu no dia 3 de fevereiro de 2017. Na noite do dia 2, Wesner afirmou para a mãe que pegaria carona com Thiago, um dos acusados pelo crime. “Ele falou, mãe me acorda bem cedo que o Thiago vai vir me buscar para ir ao serviço. “No outro dia, quando o Thiago estava batendo na porta, senti até uma coisa ruim, mas meu filho foi”, conta Marisilva.
Conforme sabido, noticiado à época e no decorrer do processo, e como consta da peça acusatória, na data de 3 de fevereiro de 2017, por volta das 10 horas, no Lava Jato, localizado na Avenida Interlagos, na Vila Morumbi, região da grande Tiradentes, a dupla introduziu uma mangueira de ar comprimido no ânus de Wesner, causando-lhe ferimentos e em seguida sua morte.
Wesner teria pedido para Willian que comprasse um refrigerante e o mesmo questionou: “De novo? Agora toda hora Coca-Cola!”, e então até passou a bater na vítima com um pano utilizado para limpar carros, dito em tom de brincadeira.
Ainda conforme o processo, Wesner pediu para que ele parasse, mas não foi atendido. Em certo momento se afastou, mas foi imobilizado por Willian que o levou até Thiago, que por sua vez, com a mangueira de compressor de ar, retirou a bermuda e cueca da vítima e introduziu o equipamento em Wesner.
Imediatamente o adolescente começou a passar mal e vomitou, sendo levado ao Centro Regional de Saúde do Bairro Tiradentes e, posteriormente, ao Hospital Santa Casa, onde permaneceu internado até dia 14, quando morreu. O laudo apontou que o óbito foi causado por ruptura do esôfago e choque hipovolêmico por hemorragia torácica aguda maciça.
Quando a mãe ficou sabendo, o filho já estava no hospital. “Estava muito inchado, irreconhecível”, relata. “Fiquei esperando ele melhorar, quando um dia me contou o que aconteceu. Falou que eles sempre faziam esse tipo de brincadeira com ele e, na última vez, um deles laçou ele com pano molhado e o outro colocou a mangueira”, lembra a mãe.