O Supremo Tribunal Federal deu continuidade nesta terça-feira (10) aos interrogatórios da Ação Penal 2668, que apura a tentativa de golpe de Estado em 2022. Jair Bolsonaro foi o sexto réu do chamado "núcleo crucial" a prestar depoimento. A Procuradoria-Geral da República aponta o ex-presidente como peça central da organização que tentou impedir a posse de Lula após as eleições.
Ao ser questionado por Alexandre de Moraes se reconhecia as acusações, Bolsonaro respondeu: “Não procede a acusação, Excelência”. Ele também afirmou que a desconfiança nas urnas eletrônicas “não é algo privativo” dele, citando, sem apresentar provas, declarações de outras autoridades. Antes do interrogatório, Moraes negou o pedido da defesa para exibir vídeos em plenário, autorizando apenas a juntada ao processo.
Na manhã desta terça-feira (10), também foram ouvidos Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; e o general Augusto Heleno, ex-chefe do GSI. Na véspera, prestaram depoimento Mauro Cid e Alexandre Ramagem. O processo se aproxima da fase final de instrução, momento em que os réus apresentam suas versões e são reunidas as provas do caso.
Segundo a PGR, os oito réus desse núcleo respondem por crimes como golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Após os interrogatórios, haverá prazo para diligências e apresentação das alegações finais, antes do julgamento na Primeira Turma do STF.
Interrogatório de Jair Bolsonaro no trâmite da Ação Penal 2668 - 10/6/2025