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Decisão

Policiais do Choque podem ir a júri popular por morte em Campo Grande

MP defende que caso de Ronaldo Pereira Júnior seja julgado pela Justiça comum

Viviane Freitas
Capital News

 

Três policiais militares do Batalhão de Choque podem ser levados a júri popular pela morte de Ronaldo da Silva Pereira Júnior, de 30 anos, ocorrida em 9 de janeiro, no Portal Caiobá, em Campo Grande. O pedido é do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), que considerou que o caso deve ser analisado pela Justiça comum e não pela Auditoria Militar.

O promotor Kristiam Gomes Simões argumenta que mortes causadas por policiais contra civis não podem ser julgadas na esfera militar. A decisão acompanha o entendimento do juiz Alexandre Antunes da Silva, que determinou o envio do processo para a Vara do Tribunal do Júri. “A competência para deliberar sobre arquivamento ou julgamento é da Justiça Comum”, justificou o magistrado.

Segundo o inquérito militar, Ronaldo foi atingido por dois disparos de fuzil efetuados por um subtenente do Choque durante uma ocorrência que, segundo os policiais, envolvia uma briga de casal. Eles alegam que o homem sacou uma arma contra a mulher, o que teria motivado a ação. Os tiros foram disparados a cerca de 50 metros, durante a madrugada.

Após ser baleado, Ronaldo ainda correu até sua casa, mas morreu horas depois no hospital. No local, foi encontrada uma pistola calibre 9 mm com numeração raspada, carregada com 15 munições. A mulher que teria sido ameaçada não foi identificada nem ouvida, e a versão dos policiais não pôde ser confirmada.

O caso ganha repercussão em meio ao aumento de mortes em confrontos policiais no Estado. Desde 2023, foram registradas 262 mortes nessas circunstâncias, sendo 45 apenas em 2024. Até agora, não há registros de júris populares para situações semelhantes em Mato Grosso do Sul.

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