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Justiça Quinta-feira, 04 de Setembro de 2025, 11:25 - A | A

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Líder religioso é sentenciado por abuso sexual e importunação em Dourados

Pastor usou posição de confiança para cometer crimes, mas poderá recorrer da condenação em liberdade

Viviane Freitas
Capital News

Um pastor de Dourados, no Mato Grosso do Sul, foi condenado pela 3ª Vara Criminal por violação sexual mediante fraude e importunação sexual. A sentença, publicada em julho de 2025, estabeleceu uma pena de 6 anos e 8 meses de prisão, inicialmente em regime semiaberto. Além disso, o réu terá que pagar R$ 10 mil de indenização a cada vítima. Apesar da condenação, ele poderá recorrer da decisão em liberdade, o que levanta discussões sobre a aplicação de penas em casos de abuso cometido por figuras religiosas.

As investigações indicam que o pastor se aproveitava de sua posição de líder espiritual para abusar sexualmente de mulheres sob a promessa de “cura espiritual”. Durante encontros de oração realizados no período da madrugada, o réu manipulava as vítimas, todas mulheres com idades entre 20 e 40 anos, criando um ambiente propício para os abusos. As vítimas relataram que, após entrar em transe e falar em "línguas estranhas", o pastor cometeu os abusos.

O caso foi desvendado após denúncias de quatro mulheres, três com idades entre 20 e 22 anos e uma de 40. As investigações realizadas pela Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) concluíram que os abusos ocorreram entre 2023 e 2024. O pastor foi inicialmente preso em 2024, mas obteve liberdade provisória. Em setembro do mesmo ano, foi novamente preso, mas conseguiu a soltura por meio de recurso judicial.

A sentença inclui uma pena de 2 anos e 8 meses de prisão por violação sexual mediante fraude, além de 1 ano e 4 meses por cada um dos três casos de importunação sexual. O juiz responsável pela decisão destacou o abuso de poder do réu, que usou sua autoridade religiosa para manipular e explorar as vítimas. Embora a sentença tenha sido dada, o fato de o acusado poder recorrer em liberdade gerou indignação entre as vítimas e especialistas.

O caso é mais um exemplo de como abusos de poder podem ocorrer dentro de instituições religiosas, deixando vítimas em situação de vulnerabilidade. A condenação, embora importante, levanta questionamentos sobre a necessidade de uma abordagem mais rigorosa em casos envolvendo líderes religiosos.

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