Um pastor de Dourados, no Mato Grosso do Sul, foi condenado pela 3ª Vara Criminal por violação sexual mediante fraude e importunação sexual. A sentença, publicada em julho de 2025, estabeleceu uma pena de 6 anos e 8 meses de prisão, inicialmente em regime semiaberto. Além disso, o réu terá que pagar R$ 10 mil de indenização a cada vítima. Apesar da condenação, ele poderá recorrer da decisão em liberdade, o que levanta discussões sobre a aplicação de penas em casos de abuso cometido por figuras religiosas.
As investigações indicam que o pastor se aproveitava de sua posição de líder espiritual para abusar sexualmente de mulheres sob a promessa de “cura espiritual”. Durante encontros de oração realizados no período da madrugada, o réu manipulava as vítimas, todas mulheres com idades entre 20 e 40 anos, criando um ambiente propício para os abusos. As vítimas relataram que, após entrar em transe e falar em "línguas estranhas", o pastor cometeu os abusos.
O caso foi desvendado após denúncias de quatro mulheres, três com idades entre 20 e 22 anos e uma de 40. As investigações realizadas pela Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) concluíram que os abusos ocorreram entre 2023 e 2024. O pastor foi inicialmente preso em 2024, mas obteve liberdade provisória. Em setembro do mesmo ano, foi novamente preso, mas conseguiu a soltura por meio de recurso judicial.
A sentença inclui uma pena de 2 anos e 8 meses de prisão por violação sexual mediante fraude, além de 1 ano e 4 meses por cada um dos três casos de importunação sexual. O juiz responsável pela decisão destacou o abuso de poder do réu, que usou sua autoridade religiosa para manipular e explorar as vítimas. Embora a sentença tenha sido dada, o fato de o acusado poder recorrer em liberdade gerou indignação entre as vítimas e especialistas.
O caso é mais um exemplo de como abusos de poder podem ocorrer dentro de instituições religiosas, deixando vítimas em situação de vulnerabilidade. A condenação, embora importante, levanta questionamentos sobre a necessidade de uma abordagem mais rigorosa em casos envolvendo líderes religiosos.