A Agência Nacional do Petróleo (ANP) interditou a base da empresa Ecológica Distribuidora de Combustíveis Ltda em Iguatemi, a 439 km de Campo Grande, por fraudes na distribuição de combustíveis. A operação, feita com apoio da SEFAZ-MS, descobriu que o armazenamento informado não existia de fato, sendo apenas registrado em documentos. Essa prática é conhecida como “barriga de aluguel” ou “base fantasma”.
O local era compartilhado por 24 distribuidoras, que usavam a base para atender a exigência legal de capacidade mínima de 750 m³ de armazenamento e, assim, conseguir autorização para operar. Com essa licença, as empresas abriam filiais em outros estados, como São Paulo, sem sequer atuar fisicamente em Mato Grosso do Sul. “Na prática, era uma estrutura de fachada”, informou a ANP.
Durante a fiscalização, foram identificadas graves falhas de segurança na instalação, como a ausência de líquido gerador de espuma (LGE) em volume adequado e bacia de contenção fora do padrão exigido. “A estrutura estava completamente irregular e oferecia risco”, afirmou um agente da ANP. Diante disso, a base foi interditada de forma cautelar.
Cinco das 24 distribuidoras tiveram suas autorizações revogadas, e outras 19 responderão por fornecer informações falsas. A ANP destacou que a base não registrava movimentação de combustível desde julho de 2024, o que contribuiu para a identificação do esquema. “As autorizações podem ser suspensas quando a base deixa de operar por longos períodos”, explicou a agência.
A operação está ligada à Operação Carbono Oculto, deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo com apoio da ANP, que investiga esquemas de fraude e lavagem de dinheiro associados ao PCC. Mandados foram cumpridos em Iguatemi, incluindo sete alvos no município. Segundo o Capital News, a base fictícia em MS era usada como elo logístico para escoar combustível ilegal em outros estados.
