Seis homens, com idades entre 38 e 51 anos, foram resgatados pela Polícia Civil em situação de trabalho escravo durante operação em uma fazenda de Brasilândia, a 365 quilômetros de Campo Grande. A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul acompanha o caso e presta assistência às vítimas.
De acordo com a polícia, os trabalhadores estavam alojados em currais e depósitos insalubres, sem condições mínimas de higiene, sem transporte, sem cobertores, submetidos a jornadas exaustivas de segunda a sábado, superiores a nove horas por dia, e sem receber salários de forma adequada.
“Algumas vítimas relataram que foram obrigadas a percorrer longos trajetos a pé até a cidade em busca de atendimento médico, devido à total ausência de suporte da fazenda. Outras confirmaram que compravam produtos de higiene e alimentação diretamente de aliciadores, com descontos realizados em seus salários”, aponta o relato policial.
A defensora de Brasilândia, Sara Zam Segura Marçal, reforçou o compromisso da instituição no acolhimento às vítimas: “O compromisso é atuar de forma acolhedora e comprometida com a proteção integral da população vulnerável, garantindo que cada atendimento seja também um ato de reconhecimento da dignidade da pessoa humana”.
Segundo a Defensoria, os trabalhadores estão recebendo atendimentos jurídicos e sociais. Parte deles já conseguiu iniciar a regularização de documentos pessoais, além de abrigo, roupas e alimentação, fornecidos pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social de Brasilândia.
As investigações são conduzidas pelo delegado Avelino Rafael Mantovani. Após a conclusão, um processo será instaurado, e as vítimas terão assistência jurídica da Defensoria Pública.