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Agronegócio Quinta-feira, 04 de Setembro de 2025, 14:59 - A | A

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Crescimento

Produção de milho em Mato Grosso do Sul cresce 68,2% e deve chegar a 14,2 milhões de toneladas

Avanço é impulsionado por ganhos de produtividade e condições climáticas favoráveis

Elaine Oliveira
Capital News

A produção de milho em Mato Grosso do Sul deve atingir 14,2 milhões de toneladas na atual safra, segundo nova estimativa divulgada pela Aprosoja/MS, por meio do Projeto SIGA-MS, no dia 2 de setembro. O número representa um salto de 68,2% em relação à safra anterior, resultado de ganhos expressivos de produtividade.

Com 2,1 milhões de hectares cultivados, área praticamente estável, o crescimento foi puxado pela produtividade média, agora estimada em 112,7 sacas por hectare. O índice representa aumento de 68,1% frente ao ciclo anterior. De acordo com o boletim, fatores como clima favorável em fases críticas, plantio dentro da janela ideal, avanço tecnológico e boas práticas de manejo explicam o desempenho.

A análise aponta que 78,1% das lavouras foram classificadas como boas, 15,3% como regulares e apenas 6,6% como ruins. A maior parte do plantio ocorreu entre fevereiro e março, período que permitiu bom desenvolvimento das lavouras com chuvas adequadas em abril.

Diferença entre municípios

O levantamento mostra contrastes entre regiões do Estado.

Maiores produtividades:

• Chapadão do Sul – 173,3 sc/ha
• Alcinópolis – 160,0 sc/ha
• Sonora – 152,5 sc/ha
• São Gabriel do Oeste – 147,1 sc/ha
• Brasilândia – 145,8 sc/ha

Menores produtividades:

• Ivinhema – 57,8 sc/ha
• Rochedo – 50,7 sc/ha
• Aparecida do Taboado – 35,0 sc/ha
• Nova Andradina – 31,0 sc/ha
• Aquidauana – 19,1 sc/ha

Apesar dos resultados promissores, Gabriel Balta, coordenador técnico da Aprosoja/MS, recomenda cautela.

“A análise amostral realizada em 10% da área já aponta aumento expressivo, mas ainda restam 20% a serem avaliados, o que pode alterar o panorama. E mais do que a produtividade, o que vai definir o sucesso da safra é a relação de troca. Muitos municípios ainda estão abaixo da média estadual nesse quesito”, destacou.

Impactos econômicos

Segundo Jean Américo, analista de economia da Famasul, o cenário deve reforçar a competitividade do agro sul-mato-grossense.
“O aumento na expectativa da produção de milho projeta impactos positivos sobre a renda agrícola, a rentabilidade dos produtores e a capacidade exportadora do Estado. Além de ampliar o superávit comercial, o avanço fortalece a atração de investimentos em tecnologia, logística e infraestrutura”, afirmou.

Atualmente, 933 propriedades rurais recebem apoio da Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) Grãos do Senar/MS, que oferece orientação especializada e capacitação, contribuindo para ganhos de produtividade e consolidação de Mato Grosso do Sul como referência no abastecimento nacional e internacional de milho.

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