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Justiça Sábado, 18 de Outubro de 2025, 07:59 - A | A

Sábado, 18 de Outubro de 2025, 07h:59 - A | A

Autorização

Justiça manda rever autorização de desmate em Corumbá

Fazenda de 24 mil hectares em Corumbá teve aval para suprimir vegetação nativa em área maior que Campo Grande

Viviane Freitas
Capital News

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) reavalie a autorização que permitiu o desmatamento de 20,5 mil hectares na Fazenda Santa Mônica, localizada no Pantanal do Paiaguás, em Corumbá. A decisão, assinada pelo ministro Benedito Gonçalves, acatou recursos do Ministério Público Estadual e Federal, que apontaram omissões no julgamento anterior feito pelo TJMS.

A licença, emitida em 2017 pelo Instituto de Meio Ambiente de MS (Imasul), autorizava a substituição da vegetação nativa por pastagens exóticas, contrariando recomendações ambientais. “Anulo o acórdão dos embargos de declaração e determino o retorno dos autos ao tribunal de origem, a fim de que seja realizado novo julgamento, com o expresso enfrentamento das questões suscitadas”, destacou o ministro Benedito em sua decisão.

O Ministério Público de MS havia apontado 21 irregularidades no processo de licenciamento e alertado para danos ambientais irreversíveis. Mesmo com decisões desfavoráveis em 1ª e 2ª instâncias, o ex-governador Reinaldo Azambuja recorreu a um pedido de suspensão de liminar — mecanismo raro — para garantir a continuidade da licença. O argumento foi o risco de perda anual de R$ 7 milhões em arrecadação de taxas ambientais.

Apesar do imbróglio judicial, imagens obtidas pelo MPMS indicaram que o desmate na fazenda já havia começado meses após a concessão da licença. Um levantamento de 2018 apontou a derrubada de ao menos 855 hectares de vegetação nativa. O caso também ganhou destaque por envolver o proprietário da fazenda, Elvio Rodrigues, que chegou a ser preso temporariamente durante a Operação Vostok, sob suspeita de ter adquirido a área com recursos de propina.

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