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Meio Ambiente Sexta-feira, 27 de Abril de 2012, 18:18 - A | A

Sexta-feira, 27 de Abril de 2012, 18h:18 - A | A

Usina no Pantanal ainda é um perigo, alerta Ong

Paulo Fernandes - Capital News (www.capitalnews.com.br)

A instalação de usinas de álcool e açúcar na BAP (Bacia do Alto Paraguai), na região do Pantanal, continua sendo um risco para a vida. O alerta é do diretor executivo da Ong Ecoa – Ecologia em Ação, o biólogo Alcides Faria.

Ele acompanhou com preocupação as declarações do senador Waldemir Moka (PMDB), Sérgio Souza (PMDB-PR), Ivo Cassol (PP-RO) e Flexa Ribeiro (PSDB-PA) que defenderam, durante audiência pública da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, o plantio de cana-de-açúcar no Pantanal e na Amazônia.

“O maior risco é a produção da linhaça (vinhoto). Para cada litro de álcool, são produzidos de 12 a 15 litros de linha. Isso tem que ser estocado e risco de acidente sempre existe”, explicou o biólogo.

Subproduto da produção de álcool, o vinhoto é carregado de metais pesados. “Quando chega no curso d’água, provoca um consumo de oxigênio alto e toda a vida que tem ele extermina”, disse.

Outro risco, esclarece Alcides Faria, é com o uso de agrotóxicos, que também podem causar poluição. Segundo ele, não há área na BAP onde a plantação de cana-de-açúcar seja segura para o Pantanal.

A bacia funciona como o ralo de uma banheira, atraindo todo corpo d'água para o Pantanal. “A planície, que é alagável, está em média a 120 metros em relação ao mar. A parte alta está a 600, 700 metros. Tudo o que faz aqui em cima vai lá para baixo. Você afeta tudo, inclusive a reprodução dos peixes. O Brasil não precisa disso”, afirmou.

Segundo Alcides Faria, desde 2005 nada mudou na tecnologia usada pelas usinas de açúcar e álcool. Naquele ano, o ambientalista Francisco Anselmo Gomes de Barros, o Franselmo, ateou fogo contra o próprio corpo em uma tentativa desesperada de tentar impedir o Governo do Estado de mudar a legislação que protegia o Pantanal.

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