Campo Grande 00:00:00 Quarta-feira, 28 de Maio de 2025


Opinião Segunda-feira, 26 de Maio de 2025, 12:13 - A | A

Segunda-feira, 26 de Maio de 2025, 12h:13 - A | A

Opinião

Como migrar da Poupança para o Tesouro Direto sendo investidor iniciante?

Por João Victorino*

Artigo de responsabilidade do autor
Envie seu artigo para [email protected]

A poupança é um dos produtos de investimento mais antigos do Brasil, um verdadeiro clássico. E apesar de muitos a demonizarem, a verdade é que é uma excelente porta de entrada para quem está começando e ainda não conhece muito bem as demais opções. Sua simplicidade, liquidez diária e isenção de imposto fazem dela uma escolha natural para quem ainda não está acostumado com o mundo dos investimentos.

Também reconheço a poupança como alternativa para a reserva de emergência, já que nesse tipo de fundo devemos priorizar a liquidez (disponibilidade do dinheiro para o uso) e a segurança (garantia de que teremos à disposição nosso capital investido). Mas para quem deseja dar um passo além e buscar uma rentabilidade mais alta, sem aumentar o risco, o Tesouro Direto é o caminho mais seguro e lógico.

O Tesouro Direto tem um papel fundamental na educação financeira do investidor iniciante, pois permite que ele dê os primeiros passos em investimentos mais estruturados, sem abrir mão da segurança. O TD ajuda a população a ganhar maior conhecimento sobre investimentos, ao mesmo tempo em que oferece acessibilidade e taxas de rentabilidade mais vantajosas em comparação com outros produtos do mercado.

A principal diferença entre a poupança e o Tesouro Direto está na lógica dos rendimentos. A poupança tem uma data de aniversário, enquanto os títulos do Tesouro têm seus preços atualizados diariamente, de acordo com suas regras. Enquanto a poupança tem rendimento fixo e limitado por regras do Banco Central, o Tesouro oferece diversas opções de títulos que permitem ao investidor escolher a melhor estratégia para seus objetivos financeiros.

Por exemplo, o Tesouro Selic tem funcionamento semelhante ao da poupança, mas tende a render mais e pode ser resgatado a qualquer momento (em no máximo 1 dia útil), sem risco de perdas. Já os títulos prefixados e atrelados à inflação ajudam o investidor a compreender a dinâmica das taxas de juros e das projeções dos índices de inflação, abrindo portas para estratégias mais avançadas no futuro.

Neste sentido, o investidor deve ter em mente que, para objetivos de curto prazo, o Tesouro Selic é a alternativa mais segura, pois não sofre oscilações bruscas e tem liquidez praticamente imediata (chamado D+0 para resgates solicitados até às 13:00 - depois disso, resgate em D+1, no próximo dia útil).

Já o Tesouro Prefixado e o Tesouro IPCA+ podem ter variações (positivas ou negativas) no curto prazo, o que pode assustar quem não entende sua dinâmica. Por isso, se a ideia for investir nesses produtos, o ideal é manter o investimento até o vencimento. Outro ponto importante é escolher uma corretora sem taxa para investir no Tesouro Direto, garantindo que toda a rentabilidade fique para o investidor.

Para driblar o medo e a falta de conhecimento, o segredo está em começar aos poucos e entender o funcionamento dos títulos antes de investir. A melhor forma de perder o receio é experimentar com valores menores e acompanhar a rentabilidade. O Tesouro Direto, além de ser um investimento seguro e acessível, educa o investidor e prepara o terreno para passos mais avançados no mundo dos investimentos.

Investir em Tesouro Direto é a sofisticação natural para aquelas pessoas que já entenderam bem a poupança e desejam mais retorno sem abrir mão de segurança. Além disso, é uma base excelente para a construção de patrimônio, mas devo ressaltar que o Tesouro sozinho não leva à riqueza e precisa ser visto como um primeiro passo para aprender a lidar com os investimentos e entender como o dinheiro pode crescer ao longo do tempo.

Os juros compostos, aliados ao fator tempo, são os maiores aliados na construção de patrimônio. Por isso, quanto mais cedo uma pessoa começa a organizar seu orçamento, fazendo sobrar dinheiro todos os meses, e investe esse valor com disciplina, maior será o efeito da bola de neve, onde os rendimentos geram novos rendimentos e aceleram o crescimento do capital.

Hoje, há ótimas oportunidades nos títulos Tesouro IPCA+ e Renda+, especialmente para quem busca rendimentos no longo prazo. O Tesouro IPCA+ protege contra a inflação e garante um ganho real (acima da inflação) ao longo do tempo, enquanto o Renda+ foi desenhado para quem deseja uma aposentadoria estruturada, permitindo o acúmulo de capital ao longo dos anos com a segurança da previsibilidade de pagamentos futuros por 20 anos, em 240 parcelas.


*João Victorino
Administrador de empresas, professor de MBA do Ibmec e educador financeiro. Com uma carreira bem-sucedida, busca contribuir para que as pessoas melhorem suas finanças e prosperem em seus projetos e carreiras. Para isso, idealizou e lidera o canal A Hora do Dinheiro com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.

 

• • • • •

 

A veracidade dos dados, opiniões e conteúdo deste artigo é de integral responsabilidade dos autores e não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Capital News

 

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS