As exportações de carne bovina seguem como pilar fundamental para a sustentação da cadeia pecuária brasileira. De acordo com dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), de janeiro a junho de 2025, as vendas internacionais de carne bovina in natura e processada geraram US$ 7,2 bilhões, representando uma alta de 27% em relação ao mesmo período de 2024.
Segundo análise do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), esse desempenho se deve tanto ao aumento de 12,5% no volume embarcado, quanto à valorização de 12,7% no preço médio em dólar.
No entanto, o cenário interno é diferente. O mercado brasileiro iniciou julho com baixa liquidez e queda nos preços. Com escalas de abate alongadas, os frigoríficos têm demonstrado pouco interesse em novas compras de animais. Por outro lado, pecuaristas mantêm cautela na oferta, aguardando melhores condições de negociação.
Dados do Cepea apontam que, na parcial de julho até o dia 8, a carcaça casada de boi, negociada à vista no mercado atacadista da Grande São Paulo, caiu 3,4%, sendo comercializada a R$ 21,30/kg. Já o Indicador CEPEA/ESALQ do boi gordo, referente ao estado de São Paulo, registrou retração de 3,7%, fechando a R$ 305,60 na última terça-feira.
O contraste entre o fortalecimento das exportações e a fragilidade do mercado interno mostra o peso do mercado externo para a estabilidade da pecuária nacional, especialmente em momentos de demanda interna desaquecida.
