Pela primeira vez presente na Acricorte, realizada nos dias 10 e 11 de julho em Cuiabá (MT), a raça bovina Santa Gertrudis aposta no cruzamento industrial como diferencial para conquistar produtores do Centro-Oeste e Norte do Brasil. A estratégia é apresentar uma opção produtiva, adaptada ao calor e capaz de entregar melhores índices de desempenho e eficiência econômica na pecuária de corte.
Dados recentes da Fazenda União do Brasil comprovam o potencial. Em abate com cerca de 500 animais aos 21 meses, o cruzamento meio-sangue Santa Gertrudis × Nelore apresentou ganho médio diário de 1,592 kg — superior ao dos zebuínos (1,349 kg). O peso de abate também foi maior: 541 kg contra 522 kg. Além disso, o custo por arroba produzida foi menor, com R$ 192,18 frente a R$ 213,33 no gado zebuíno.
“Esses números comprovam que o Santa agrega desempenho e reduz custos no sistema”, destaca Anderson Fernandes, presidente do Conselho Técnico da raça.
A expansão da raça acontece em um cenário de intensificação da pecuária em Mato Grosso, estado que lidera o rebanho bovino nacional com mais de 33 milhões de cabeças e prevê aumento de 7,5% na produção de carne bovina até 2034, segundo o IMEA (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária). Mais de 70% dos pecuaristas locais já declararam intenção de confinar em 2025.
“O Santa Gertrudis está acompanhando o caminho do boi, que sobe o mapa do Brasil. Já temos sêmen sendo usado amplamente em cruzamentos industriais nessas regiões. A Acricorte é uma grande vitrine para mostrar ao produtor que o Santa entrega produtividade, cobertura de carcaça e qualidade”, afirma Artur Afonso, diretor de marketing da Associação Brasileira de Santa Gertrudis.
A entidade vê as regiões Centro-Oeste e Norte como estratégicas para a consolidação da raça em sistemas de cruzamento com matrizes zebuínas ou F1 Angus, predominantes na região.
“Estamos vivendo um momento de intensificação da pecuária, em que eficiência e adaptabilidade são palavras-chave. O Santa Gertrudis tem entregado isso em diferentes regiões do país e agora queremos mostrar que ele pode contribuir com força para o rebanho do Centro-Oeste”, conclui Antonio Roberto, presidente da Associação.