A Justiça determinou o bloqueio de R$ 18,3 milhões em bens da empresa ANL Comércio de Equipamentos Ltda (ANL Energia Limpa) após o não cumprimento de contrato com a Arquidiocese de Campo Grande. O acordo previa a construção de uma usina solar para abastecer 321 unidades religiosas em nove municípios, mas as obras não saíram do papel. A decisão foi assinada pelo juiz Marcus Vinícius de Oliveira Elias, da 14ª Vara Cível.
Mesmo após repassar R$ 4 milhões obtidos por meio de empréstimo, a Arquidiocese não viu o início das obras. Em 2022, entrou na Justiça cobrando a rescisão contratual, devolução dos valores pagos, indenizações e multa. O processo tramitou em sigilo e, após tentativas de conciliação, um acordo foi homologado, mas não cumprido, levando ao bloqueio por meio do sistema Sisbajud. Os bancos retornaram com saldo quase inexistente, totalizando apenas R$ 609,99 bloqueados até agora.
A batalha judicial começou com um comunicado da própria Arquidiocese, denunciando o não cumprimento do contrato e informando medidas cíveis e criminais contra a empresa. Dom Dimas, arcebispo metropolitano, destacou que o projeto foi elaborado com o objetivo de reduzir os custos com energia de todas as paróquias e capelas, buscando alternativas sustentáveis. O plano foi aprovado por conselhos oficiais da Igreja antes de sua execução.
“Infelizmente, o fornecedor escolhido não honrou o acordo, o que nos obrigou a acionar a Justiça”, informou a instituição. Diante da urgência, foi nomeado o padre Wagner Divino de Souza como interventor da Cúria Metropolitana. Dom Dimas pediu apoio da comunidade: “Peço as orações de todos e conto com a participação efetiva de cada fiel para buscarmos os recursos necessários. Juntos, com a graça de Deus, superaremos essa tormenta”.