A 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande aceitou a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) por feminicídio contra Jeferson Nunes Ramos, que matou a companheira, Giseli Cristina Olikowski, no mês de março deste ano no bairro Aero Rancho, região sul da Capital. O réu irá a júri popular, ainda sem data marcada, e seguirá preso até o julgamento.
De acordo com a denúncia do MPMS, o crime ocorreu no dia 1º de março de 2025, quando Jeferson apedrejou Giseli, a jogou em um poço e depois ateou fogo ao corpo da vítima, que morreu no local. O caso chocou a comunidade local. Giseli era mãe de quatro filhos menores de idade.
Jeferson foi preso em flagrante no dia seguinte ao crime, e o MP apresentou denúncia em 21 de março, com base em provas e depoimentos. Ao todo, sete testemunhas foram ouvidas ao longo do processo, inclusive o próprio réu, que exerceu o direito de permanecer em silêncio. Ele é assistido pela Defensoria Pública, que solicitou a pronúncia do réu, mas indicou que aprofundará a defesa apenas na fase do júri.
Na decisão que manda o réu a julgamento popular, o juiz Aluizio Pereira dos Santos considerou que as provas são contundentes. “Inferem-se dos autos indícios de que, em tese, teria se utilizado de tal meio, como se infere do laudo necroscópico. A peça acusatória atribui-lhe também o recurso que dificultou a defesa da vítima”, escreveu o magistrado.
Com isso, Jeferson Ramos será julgado por feminicídio qualificado, crime que pode resultar em pena de 12 a 30 anos de prisão. O júri popular será marcado nas próximas etapas do processo.