Óbitos poderiam ser evitados com pré-natal adequado e protocolos de atendimento
O Brasil contabilizou 1.187 mortes maternas em 2024, segundo dados preliminares do Ministério da Saúde. Em Mato Grosso do Sul, foram 22 registros no período. Os óbitos ocorreram durante a gestação, o parto ou até 42 dias após o nascimento, em grande parte por causas evitáveis como hipertensão, hemorragias e infecções.
A falta de atendimento rápido e qualificado, especialmente no pré-natal, é apontada como determinante para o cenário. Além de impactar diretamente a saúde das mães, a carência de cuidados também compromete a sobrevivência e o desenvolvimento dos recém-nascidos.
No mundo, a OMS estima que 287 mil mulheres morram todos os anos nessas condições, sobretudo em países de baixa e média renda. A meta do ODS 3.1, de reduzir a taxa de mortalidade materna global para menos de 70 por 100 mil nascidos vivos até 2030, segue ameaçada.
Segundo Gilvane Lolato, gerente de Operações da Organização Nacional de Acreditação (ONA), a maioria dos casos pode ser evitada.
“O cuidado começa no primeiro atendimento da gestação até o pós-parto e cada etapa exige atenção qualificada e protocolos bem definidos”, afirmou.
Ela reforça que a saúde da mãe e do bebê estão ligadas:
“Quando a instituição adota padrões claros e seguros, o cuidado deixa de depender do improviso e passa a ser confiável, eficaz, humano e salva-vidas”, completou.
Avanços na mortalidade infantil
Apesar do quadro preocupante da mortalidade materna, o Brasil registrou avanços na proteção dos bebês. Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), compilados pela ONA, apontam 35.450 mortes fetais e infantis em 2024, o menor número em anos e uma redução de 8,02% em relação a 2022.
As principais causas — como morte súbita, fatores perinatais, asfixia e infecções — podem ser evitadas com atenção básica fortalecida, pré-natal adequado, vacinação e cuidados hospitalares de qualidade.