Produtores rurais de Inocência, em Mato Grosso do Sul, demonstram insatisfação com a forma como a construção do ramal ferroviário da Arauco Celulose está sendo conduzida. A principal queixa diz respeito à desapropriação de cerca de 400 hectares de terras, determinada por decisão judicial, sem o devido diálogo com os proprietários. “Fomos surpreendidos com a liminar, mesmo após diversas tentativas de negociação”, disse Eder Soares de Queiroz, da Fazenda Esteio.
Segundo os moradores, além da perda de áreas produtivas, a ferrovia comprometerá o acesso a recursos essenciais, como pastagens e água para o gado. Eles também reclamam que os valores das indenizações estariam abaixo dos praticados em outras regiões. “Não somos contra o progresso, mas exigimos respeito e justiça”, declarou a produtora Mariene Garcia de Freitas.
Em nota enviada ao Capital News, a Arauco afirmou que o projeto segue os princípios de sustentabilidade e respeito às comunidades impactadas. A empresa garantiu que mantém diálogo aberto com os proprietários e que a ferrovia recebeu declaração de utilidade pública da ANTT, o que autoriza legalmente a desapropriação dos terrenos para obras de interesse coletivo.
o Projeto Sucuriú, da empresa chilena Arauco, marca um novo capítulo no desenvolvimento de Mato Grosso do Sul. O ramal ferroviário faz parte do Projeto da Arauco, que prevê investimentos superiores a R$ 24 bilhões, incluindo a construção da maior fábrica de celulose do mundo e um trecho ferroviário de 47 km para escoamento da produção. Enquanto a previsão é de que a fábrica entre em operação até o fim de 2027, as famílias seguem aguardando propostas mais equilibradas para evitar disputas judiciais prolongadas.
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