Tecnologia avança na saúde e transforma a rotina de médicos e pacientes
O monitoramento remoto de pacientes (RPM) é um dos aspectos mais relevantes da área da saúde. Essa prática permite o acompanhamento à distância, seja durante a internação, em cuidados domiciliares ou em regiões de difícil acesso.
Aliás, um estudo publicado pelo Centro Médico da Universidade de Pittsburgh revelou que o uso dessa tecnologia pode reduzir em até 76% a readmissão hospitalar, ou seja, os casos em que pacientes precisam retornar ao hospital após receber alta.
Com os avanços tecnológicos cada vez mais presentes nas clínicas e hospitais, cresce também a necessidade de adaptação por parte das instituições. Segundo especialistas, essas soluções têm impacto direto na qualidade de vida dos pacientes e na rotina dos profissionais de saúde.
Tecnologia está em expansão global
O monitoramento remoto de pacientes tem se expandido nos últimos anos. Somente nos Estados Unidos, a expectativa é de que, até 2025, cerca de 70 milhões de pessoas utilizem algum tipo de dispositivo com essa tecnologia.
Em nível global, o mercado de RPM deve manter uma taxa de crescimento anual de 8,74%. A previsão é de que, até 2030, a receita do setor ultrapasse US$ 4,07 bilhões.
Especialistas apontam que o aumento de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, somado ao envelhecimento da população, reforça a demanda por soluções como essa. A Organização Mundial da Saúde estima que, em breve, 1,5 bilhão de pessoas no mundo serão idosas.
Diferente da telemedicina, que prioriza as consultas à distância, o RPM permite o acompanhamento contínuo de dados clínicos. É possível, por exemplo, monitorar os batimentos cardíacos em tempo real, o que é fundamental para pacientes com doenças cardiovasculares.
Principais benefícios do monitoramento remoto
O uso do RPM traz vantagens para profissionais e pacientes. Entre os principais benefícios, segundo especialistas, estão:
Redução de custos: o monitoramento ajuda a evitar internações e visitas desnecessárias, otimizando a gestão dos recursos e reduzindo os gastos para operadoras e usuários.
Tratamento mais eficiente: com acesso imediato a dados clínicos, os profissionais podem ajustar o tratamento com agilidade, reduzindo complicações e acelerando a recuperação.
Prevenção de agravamentos: a análise contínua permite detectar alterações antes que se tornem graves, possibilitando diagnósticos precoces e decisões clínicas mais assertivas.
Melhoria na qualidade de vida: com acompanhamento em casa, os pacientes ganham mais autonomia, passam por menos hospitalizações e se beneficiam emocionalmente durante o tratamento.
Inovação brasileira no setor
Em 2023, o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo anunciou o LIKA-HC, uma plataforma de monitoramento remoto baseada em um relógio digital.
A solução foi apresentada durante a Hospitalar, maior feira de saúde da América Latina. Além de captar sinais vitais, a ferramenta também é capaz de prever a presença de covid-19 por meio de um sistema preditivo.
"Para construir a plataforma, foi necessário usar como base a internet das coisas (IoT), que recebia os dados de forma anônima e os transmitia automaticamente a cada 60 minutos. Depois disso, as informações ficam disponíveis em tempo real no prontuário eletrônico para os cuidadores", explica Dr. Kaio Bin, CEO do Instituto de Medicina Física e Reabilitação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
A iniciativa integra os esforços do Brasil para acompanhar a evolução tecnológica no setor. A expectativa é de que, com ferramentas como essa, a qualidade do atendimento melhore significativamente nos próximos anos, beneficiando pacientes e fortalecendo o sistema de saúde.