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Polícia Terça-feira, 31 de Março de 2009, 11:23 - A | A

Terça-feira, 31 de Março de 2009, 11h:23 - A | A

Juiz acata recurso e julgamento de Caso Motel será avaliado pelo TJ

Redação Capital News (www.capitalnews.com.br)

O juiz Aluízio Pereira dos Santos, em substituição na 1ª Vara do Tribunal do Juri de Campo Grande, acatou o recurso do Ministério Público Estadual (MPE) que tenta levar a julgamento três denunciados pelas mortes de Murilo Boarin Alcalde e Eliane Ortiz. Os dois foram assassinados e os corpos encontrados em um quarto de motel no dia 21 de junho de 2005. Agora o recurso será enviado para o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul que irá avaliar se os acusados serão ou não julgados.

O recurso protocolado pelo MPE em novembro foi acatado por Aluízio dos Santos, em decisão publicada ontem (30). A apelação do ministério agora será será encaminhado para o Tribunal de Justiça. A contestação apresentada pelos promotores responsáveis pelo caso tenta reverter decisão do então titular da 1ª Vara do Tribunal, Júlio Siqueira Cardoso que no dia 1º de setembro de 2008 decidiu pela impronúncia, ou seja, avaliou que não havia indícios na denúncia do MPE que possibilitasse a realização de júri popular contra o sargento da Polícia Militar, Getulio Morelli dos Santos, o cabo da PM, Adriano de Araújo Melo, além de Irio Vilmar Rodrigues e Ronaldo Vilas Boas.

Siqueira citou várias fases da investigação que seriam inconsistentes e, por isso, não comprovariam a participação dos acusados na morte do casal. Além disso, a principal testemunha, Lusérgio de Abreu, confessou que mentiu em cinco dos oito depoimentos prestados à Justiça.

O promotor Paulo Passos acredita que a avaliação do TJ/MS não deve ser feita em prazo menor que três meses. Agora que o recurso do MPE será encaminhado, a Procuradoria Geral da Justiça (PGJ) irá se manifestar e retorna para o desembargador relator do processo. Caso o revisor não entre com pedido de vistas (para esclarecimentos da defesa e acusação), o recurso será julgamento por uma turma criminal. “Isso deve demorar pelo menos uns três meses, por causa da complexidade do processo”, avalia Passos. A denúncia tem pelo menos dez volumes.

A apelaçao cita três dos quatro inicialmente denunciados: a intenção do MPE é levar a julgamento Getulio Morelli dos Santos, Ariano de Araújo Melo e Irio Vilmar Rodrigues. Ronaldo Vilas Boas foi preso no dia 19 de setembro, em Louveira (SP), onde trabalhava em um frigorífico. Naquele mesmo mês, foi transferido para Campo Grande. No dia 21 de setembro, foi interrogado na Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Deco) e negou todas as acusações formuladas pelo MPE. Ferreira era procurado pela polícia de Campo Grande desde dezembro de 2006, quando foi denunciado.

Ferreira negou todas acusações de envolvimento com o caso. Disse que até sua prisão não conhecia Lusérgio Barreira de Abreu, principal testemunha da denúncia do MPE e que afirmou que ele tem ‘características físicas semelhantes’ a pessoa que teria ajudado Irio Vilmar Rodrigues, o sargento da Polícia Militar, Getúlio Morelli dos Santos e o cabo da PM, Adriano de Araújo Melo, a cometer o crime. O MPE pediu então pela impronúncia de Ronaldo.

O crime

O sargento da Polícia Militar Getulio Morelli dos Santos, o cabo da PM, Adriano de Araújo Melo, além de Irio Vilmar Rodrigues e Ronaldo Vilas Boas foram inicialmente denunciados pelo crime. Segundo denúncia do MPE, baseada no depoimento da testemunha Lusérgio de Abreu, é de que o alvo dos assassinos seria Eliane Ortiz, envolvida no esquema de tráfico de drogas comandada por Irio Vilmar e que contaria com participação dos dois policiais militares.

Eliane Ortiz trabalharia como avião para a quadrilha e recebeu de 2,5 a 3 quilos de cocaína para revenda, mas não prestou constas ao fornecedor, o sargento Getúlio Morelli. Ao ser cobrada, a garota teria dito que iria delatar o esquema à Polícia Civil. Murilo Boarin Alcalde morreu porque teria sido confundido com um policial.

(TV Morena)

 

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