Sexta-feira, 03 de Outubro de 2008, 07h:08 -
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Debate não inova e candidatos atacam atual administração
Lucia Morel - Capital News (www.capitalnews.com.br)
Em um debate sem grandes surpresas, a campanha eleitoral para os cinco candidatos a prefeito encerrou-se ontem. A três dias das eleições municipais os candidatos à prefeitura de Campo Grande aproveitaram o debate da TV Morena para atacar a atual administração municipal e levantar seus pontos fracos. Tal situação fez o atual prefeito, Nelson Trad Filho (PMDB) considerar que seus adversários fizeram um “conluio” para criticá-lo.
O primeiro embate forte veio da candidata Iara Costa (PMN), que questionou Nelsinho sobre o atendimento nos postos de saúde e sobre a morte de pacientes. Trad por sua vez evitou o confronto e simplesmente respondeu que Campo Grande é a capital que mais investe em saúde, repassando 32,8% do orçamento para essa área e destacou a contratação de 323 novos médicos e 1,8 mil funcionários.
Ainda no primeiro bloco, Henrique Martini (Psol), acusou a atual administração pública de cobrar taxa de asfalto dos menos favorecidos, mas de não cobrá-la de moradores de bairros mais nobres. “Na Via Parque ninguém pagou essa taxa”, destacou. Trad respondeu à investida no bloco seguinte, já que a pergunta havia sido, obrigatoriamente, endereçada ao candidato Suél Ferranti (PSTU). “Todas as cobranças estão dentro da lei”, fixou o prefeito.
Já no segundo bloco, Martini, em pergunta livre, questionou Trad sobre a demissão em massa de cobradores de ônibus e a alta tarifa do transporte coletivo. Nelsinho explicou que os trabalhadores foram apenas remanejados para outras funções dentro das empresas e que a tarifa está congelada desde o ano passado. O candidato do Psol rebateu que o transporte coletivo de Campo Grande é um caos e que há necessidade de uma empresa pública para cuidar desse setor.
O candidato Pedro Teruel (PT), segundo colocado em todas as pesquisas realizadas até agora, acusou o atual prefeito de se omitir de assuntos sérios, como as mortes no trânsito que somaram 148 até o meio do ano, os homicídios e a violência na Capital. O candidato ainda assinalou que não vai se acomodar, “como fez a atual administração, atrás de prêmios que recebeu”, mas vai trabalhar para melhorar a cidade.
No terceiro bloco do debate os candidatos fizeram perguntas entre si sobre os temas sorteados, assim como no primeiro bloco. A candidata Iara Costa perguntou a Nelsinho sobre habitação e afirmou que as casas construídas pela prefeitura têm infra-estrutura precária e que não garante dignidade aos mais carentes. Trad assinalou que a candidata estava desinformada, já que sua administração construí 8.054 moradias.
Ainda no terceiro bloco do programa outras duas farpas foram lançadas ao atual prefeito, sendo uma pelo candidato Pedro Teruel, que o acusou de maquiar dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), cujo percentual de Campo Grande está acima da média nacional. “Como pode uma cidade que tem o maior índice de alunos faltosos ter uma boa média no Ideb?”, questionou Teruel.
Num segundo momento, o candidato do PT acusou Trad de fechar os olhos para a segurança, relembrando os 110 homicídios já registrados este ano. “A prefeitura nunca fechou os olhos para a segurança, tanto que o Estado já nos prometeu mais mil policiais, para haver mais rondas e a prefeitura ainda abriu concurso para guarda municipal”, se defendeu Trad. Teruel por sua vez destacou que o Ministério Público é que exigiu da prefeitura a criação da guarda municipal, uma vez que “a prefeitura só se mobilizou agora”.
A questão da demissão de duas professoras da prefeitura devido a seu relacionamento homossexual também apareceu no debate, mas sem chance de responder, Trad não comentou o assunto.