Apresentado nesta sexta-feira (20), o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instauradas na Câmara Municipal para apurar a existência de “privatização” do tratamento de pacientes com câncer na Capital, pede o indiciamento de cinco envolvidos no “esquema”. O médico e ex-diretor do Hospital do Câncer, Adalberto Siufi, o cardiologista e ex-diretor do Hospital Universitário (HU), José Carlos Dorsa,
Eva Glória Siufi, Luiz Felipe Terrazas Mendes , além do empresário Blenner Zan, foram apontados como integrantes da “máfia do câncer” e, na opinião dos vereadores, tem de ser responsabilizados.
A CPI foi instaurada depois que vieram à tona denúncias de desvio recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) destinado aos tratamentos oncológicos. A chamada “Operação Sangue Frio” da Polícia Federal comprovou a existência de um esquema que ganhava dinheiro com o tratamento de pacientes em estado terminal ou até já mortos.
Segundo a assessoria de imprensa da Câmara Municipal, a leitura do relatório, com mais de 150 páginas começou por volta das 13h e durou mais de seis horas. Ele foi aprovado por três votos contra dois.
Os vereadores Alex do PT e Cazuza (PP) votaram contra o relatório final da CPI, mas o documento foi aprovado porque, além de Carla Stephanini, relatora da comissão, votaram a favor Flávio César (PT do B) e Coringa (PSD).
“Foram milhares de páginas analisadas e documentos recepcionados por diversos órgãos. Foram 15 oitivas aqui realizadas, com a acareação e pronunciamentos que contribuíram para a elucidação dessa situação. Ao final desses trabalhos, estamos aqui considerando, entre outras irregularidades, atos de improbidade administrativa e recomendando indiciamento”, afirmou o vereador Flávio César, que presidiu a CPI.
O relatório final também dá sugestões para aperfeiçoar os serviços públicos de saúde em Campo Grande. O documento ainda será encaminhado para o Ministério Público Estadual (MPE), Conselho Regional de Medicina (CRM), Controladoria-Geral da União, Ministério Público Federal (MPF) e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) para as providências cabíveis.