O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), agendou sessões extras para o julgamento do núcleo 1 da trama golpista, que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados. As sessões ocorrerão na próxima quinta-feira (11), além dos dias 9, 10 e 12 de setembro. A decisão foi tomada após o relator da ação, Alexandre de Moraes, solicitar mais tempo para o julgamento.
O julgamento teve início nesta semana com as sustentações das defesas dos réus e a manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que se posicionou favoravelmente à condenação de todos os acusados. O caso envolve acusações graves, incluindo o planejamento de sequestros e homicídios de autoridades, e o golpe de Estado após as eleições de 2022.
A partir de terça-feira (9), o colegiado começará a votação que pode resultar em penas de mais de 30 anos de prisão para Bolsonaro e outros acusados. Com a ampliação da agenda, as sessões ocorrerão pela manhã e à tarde em três dias, com a exceção de quinta-feira (11), quando será realizada uma sessão dupla, cancelando a sessão do plenário prevista para às 14h.
As acusações contra os réus envolvem a elaboração do plano "Punhal Verde e Amarelo", com intenção de sequestrar ou assassinar ministros e o presidente Lula, além da "minuta do golpe", que pretendia reverter o resultado das eleições. Os acusados também são responsabilizados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Os réus enfrentam crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e danos qualificados. Em caso de condenação, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão, exceto para o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, que responde a apenas três das cinco acusações devido à imunidade parlamentar.