Em um mundo cada vez mais conectado, o código universal do produto se tornou indispensável para o comércio internacional
No cotidiano, é comum interagir com uma série de nomenclaturas e códigos que aparentemente parecem ser banais, como o próprio código de barras. Mas, de fato, o que significam aqueles números que aparecem em praticamente todas as embalagens que interagimos no supermercado, nas farmácias, ou em qualquer outro tipo de comércio?
Embora comumente seja chamado de código de barras, essa sequência é, na realidade, um tipo de código universal, também chamado de GTIN pela sua sigla em inglês (Global Trade Item Number). Cada produto registrado recebe um GTIN único, que pode variar entre 8, 12, 13 ou 14 dígitos, dependendo do tipo de embalagem e do mercado em que é comercializado.
Trata-se, em última instância, de um código mundial de identificação criado para garantir que cada item comercializado, independentemente do local em que se encontra, tenha uma numeração única, passível de rastreio e controle ao longo da cadeia de consumo e produção.
O que é o código universal e como funciona?
O primeiro ponto desta questão é que não se trata de uma sequência aleatória, mas, sim, de uma combinação numérica associada às barras gráficas, que podem ser lidas por scanners eletrônicos.
O código funciona, portanto, como uma identidade, como nosso Cadastro de Pessoa Física (CPF), por exemplo. O código por si evita uma série de problemas, como confusões entre marcas, tamanhos ou até mesmo versões de uma mesma mercadoria.
Nesse sentido, além de agilizar drasticamente a passagem no caixa do supermercado, da farmácia ou de qualquer outro empreendimento no dia a dia de compras, o sistema foi criado para facilitar, também, a organização dos estoques, acompanhar a movimentação de mercadoria, além de garantir a correta identificação de cada produto comercializado em escala mundial e demais variáveis escalares.
Além de toda a praticidade que carrega consigo, o código é elementar para a redução das chances de falsificação, uma vez que cada sequência numérica é vinculada a um registro oficial, o que garante a verificação e autenticidade dos produtos.
É importante enfatizar que os códigos de barras seguem padrões internacionais definidos pela GS1, uma organização global responsável por fazer a atribuição deles e administrar os números GTIN.
No território brasileiro, a entidade que regula é a GS1 Brasil, instituição responsável por garantir que os códigos estejam em conformidade com os critérios globais estipulados. Todo o processo assegura que os produtos sejam reconhecidos em âmbito nacional e internacional no processo de circulação.
Vale ressaltar que, embora seja um sistema padronizado, existem diferenças sutis entre os códigos nacionais e internacionais. Acontece que cada país possui um prefixo próprio, que é reconhecido nos primeiros dígitos da sequência numérica. No Brasil, o padrão usado é EAN‑13, ou seja, os códigos de barras dos produtos possuem 13 dígitos. Os números iniciados entre 789 e 790 identificam produtos que foram registrados no país.
São esses números que permitem ao consumidor identificar a origem daquilo que está comprando apenas olhando para o código. Todavia, além do prefixo do país, os códigos também revelam detalhes como o setor ao qual o item pertence. Porém a identificação só é possível olhando para o código de barras, não sendo possível reconhecer o setor. Para tal, é preciso acessar a base de dados da GS1 ou aplicativos de consulta de produtos.
No fim, com o crescimento das compras online, o código universal do produto passou a ser utilizado para catalogar itens no e-commerce e em marketplaces, com a finalidade de evitar duplicidades e garantir que o cliente receba exatamente aquele produto que escolheu.
No fim, existe um universo gigantesco por trás dos pequenos números que costumamos encontrar em embalagens e rótulos de mercadorias presentes em nosso cotidiano. Em um mundo pautado por uma economia cada vez mais globalizada, pequenas coisas possuem papéis fundamentais que asseguram que todas as transações sejam realmente realizadas da forma que foram criadas para ser.