“Trata-se de um dia histórico”. Foi assim que o advogado e recém filiado ao PT, Fábio Trad, resumiu o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus por trama golpista para tentar reverter o resultado das eleições de 2022. Ainda de acordo com Trad, o julgamento é um exemplo para o mundo como as instituições democráticas devem funcionar.
A declaração foi feita com exclusividade a reportagem do Capital News. Segundo o ex-deputado, pela primeira na história do Brasil uma cúpula militar em “consórcio com uma cúpula da elite nacional de extrema direita” serão julgados por crimes contra a democracia.
“Tiveram assegurados os direitos à produção de provas e ampla defesa geral. O mundo está nos observando. É verdade que os EUA estão se contorcendo de inveja e por isso devem nos retaliar. Entretanto, países de tradição democrática admirarão nossa democracia e capacidade de resistência”,
Ainda de acordo com o Fábio Trad, o dia de hoje (02/09/2025) será inserido nos livros de história que serão consumidos pelas próximas gerações de brasileiros. “Por isso, hoje é um dia histórico que os tataranetos dos nossos tataranetos estudarão em obras de história do Brasil”, projetou.
Quem são os réus?
Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;
Alexandre Ramagem - ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
Almir Garnier- ex-comandante da Marinha;
Anderson Torres - ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
Augusto Heleno - ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
Paulo Sérgio Nogueira - ex-ministro da Defesa;
Walter Braga Netto - ex-ministro da Casa Civil e da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro na chapa de 2022;
Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Crimes
Os réus respondem no Supremo pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
A exceção é o caso do ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, que, atualmente, é deputado federal. Ele foi beneficiado com a suspensão de parte das acusações e responde somente a três dos cinco crimes. A possibilidade de suspensão está prevista na Constituição.
A suspensão vale para os crimes de dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado, relacionados aos atos golpistas de 8 de janeiro.
Ramagem continua respondendo pelos crimes de golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.