O Ministério Público de Mato Grosso do Sul, por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), deflagrou nesta quarta-feira (9) a Operação Blindspot, com foco em desarticular uma organização criminosa envolvida no tráfico interestadual de drogas, com atuação confirmada em MS, SP e MG.
Ao todo, foram cumpridos 37 mandados de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão nas cidades de Campo Grande, Corumbá, Dourados, Ladário, além de municípios paulistas como Caiuá, Campinas, Mairinque, Mirandópolis, São José do Rio Preto e São Paulo, e também em Uberaba (MG).
Segundo o Gaeco, a quadrilha possuía uma estrutura sofisticada de distribuição de drogas, incluindo cooptados do sistema prisional, como um policial penal, e uma logística baseada em caminhões de transporte de cargas.
Transporte camuflado em “pontos cegos”
Durante as investigações, iniciadas em setembro de 2024, uma carga de mais de 424 kg de drogas foi apreendida — incluindo cocaína, pasta-base, haxixe marroquino e skunk. Os entorpecentes estavam escondidos em cilindros de oxigênio adulterados, demonstrando o nível de sofisticação da organização para driblar a fiscalização.
A quadrilha também utilizava mochilas, estepes de veículos e caixas camufladas para ocultar as drogas entre cargas lícitas. Caminhoneiros eram aliciados e pagos para realizar os transportes clandestinos.
Significado da operação
O nome "Blindspot" (em tradução livre, "ponto cego") remete exatamente à estratégia de ocultação adotada pelo grupo, que explorava falhas e brechas na fiscalização para movimentar grandes quantidades de drogas pelo país.
A operação contou com apoio do Batalhão de Choque e do Bope da Polícia Militar de MS. O caso segue em investigação, sob sigilo.