Um levantamento da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública) mostra que os crimes patrimoniais caíram significativamente em Campo Grande e em todo o Mato Grosso do Sul no primeiro semestre de 2025, em comparação ao mesmo período de 2024. A queda nos índices é atribuída a investimentos estratégicos em policiamento e inteligência.
Na capital, os roubos em via urbana caíram 30,7%, passando de 875 casos em 2024 para 612 em 2025. Roubos de veículos recuaram 20,2%, enquanto os roubos ao comércio e em residências tiveram quedas de 7,1% e 7,8%, respectivamente.
Já os furtos de veículos apresentaram queda expressiva de 33,4%, com 605 registros neste ano, frente aos 908 do ano anterior. O número de furtos em residências manteve-se praticamente estável, com ligeira alta de 0,7%.
O comandante do Comando de Policiamento Metropolitano (CPM), coronel Emerson de Almeida Vicente, atribui os resultados à atuação focada e contínua das equipes de Radiopatrulhamento. “Analisamos a mancha criminal e direcionamos o efetivo para as regiões mais afetadas. Isso nos permite agir com mais precisão e rapidez”, explicou.
Entre os fatores que contribuíram para a queda nos índices estão:
Aumento do policiamento preventivo e ostensivo com novos policiais;
Ampliação dos setores de policiamento de 38 para 50;
Projeto piloto de locação de viaturas;
Reuniões mensais de avaliação e planejamento com base em dados atualizados;
Realização de operações específicas contra crimes patrimoniais.
Tendência de queda se repete no interior e no Estado
A tendência de redução se estende a todo o Mato Grosso do Sul. Segundo os dados da Sejusp, no primeiro semestre de 2025, o Estado registrou os seguintes percentuais de queda:
Roubo em via urbana: -21% (de 1.260 para 996 casos)
Roubo de veículos: -13,4% (de 164 para 142)
Roubo ao comércio: -6% (de 83 para 78)
Roubo em residência: -2,1% (de 96 para 94)
Roubo seguido de morte: -66,7% (de 9 para 3 casos)
Furto de veículos: -23,6% (de 1.444 para 1.103)
Furto em residência: -4,9% (de 4.357 para 4.143)
Para o delegado Fábio Leite Brandalise, titular da Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos), os resultados são fruto do aparelhamento, capacitação e valorização das forças policiais, que atuam de forma integrada em Campo Grande e também no interior.
O delegado também alertou sobre o risco da receptação de produtos furtados ou roubados, destacando a importância de exigir nota fiscal ou recibo com identificação do vendedor — inclusive para produtos usados. “É fundamental desconfiar de preços muito abaixo do mercado e de vendas feitas por desconhecidos na rua”, orienta Brandalise.
No caso de celulares, é possível verificar a procedência pelo site da Anatel, por meio do número IMEI. A Derf recomenda também solicitar acessórios originais, como carregador e caixa, o que ajuda a comprovar a origem lícita. “Quem adquire produto de origem criminosa pode responder por receptação, com pena de até oito anos de prisão”, conclui.