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Meio Ambiente Domingo, 28 de Outubro de 2007, 07:02 - A | A

Domingo, 28 de Outubro de 2007, 07h:02 - A | A

No turismo não basta um folder

Ariosto Mesquita, para o Capital News

Ao contrário do que pode até imaginar o mais leigo visitante, a Feira Internacional e 1º Salão de Turismo do Mato Grosso do Sul – realizados de 18 a 22 de outubro em Campo Grande - foram uma etapa fundamental rumo ao processo de profissionalização do turismo regional.

Tanto pelos acertos quanto pelos equívocos. Nada, por sinal, tira o mérito da realização do evento que, se não foi pragmaticamente um sucesso absoluto, serviu como um espetáculo plástico, estético, de bom gosto e maduro em organização, itens essenciais para o impulso do turismo como atividade voltada ao bem estar do ser humano e de rentabilidade para o investidor.

O fato da rodada de negócios ter movimentado perto de R$ 7 milhões por si só justifica o evento, apesar de ser uma quantia ainda tímida perto do potencial turístico regional. No entanto, para um estado onde feiras como essa ainda são uma novidade há de se louvar o resultado final.

E justamente em função da inexperiência de alguns participantes percebeu-se que setores da feira ficaram devendo. Não basta ter um belo produto turístico se não há estrutura de receptivo, condições de logística e, sobretudo, uma boa comunicação com operadoras, imprensa, parceiros e público em geral. E essa foi a tônica, principalmente por parte de alguns municípios.

Já nos primeiros dias era evidente que parte das representações de regiões do Mato Grosso do Sul não estavam devidamente preparadas. Faltava folheteria, as informações eram incompletas, o material multimídia era escasso (quando havia) e quase ninguém estava preparado para atender a imprensa regional, brasileira e internacional (14 jornalistas estrangeiros) com press kits práticos, funcionais e que ajudariam a subsidiar o trabalho do profissional de comunicação.

Um pecado para quem quer trabalhar no turismo e um retrato de como algumas administrações municipais tratam o setor sem a devida prioridade e como atividade menor.  Um outro aspecto é a comunicação indireta para o turista através de material (impresso e multimídia) repassado à operadoras e parceiros. Os destinos turísticos não podem divulgar o que apenas querem divulgar.

Devem se preocupar, em primeiro lugar, com o que o turista quer saber. Em função da evolução tecnológica da comunicação não basta apenas mandar confeccionar um folder e esperar que sua pousada, hotel, cidade ou atrativo turístico tenha fluxo garantido.

Empresas que prestam serviço em soluções multimídia possuem ferramentas de grande agilidade e funcionalidade para empreendedores, municípios e destinos na área turística; o problema é que por concentrarem excessivamente suas decisões, sem passar por profissionais especializados em marketing e comunicação, acabam desperdiçando oportunidades.

Por acharem que já conhecem tudo, deixam escapar instrumentos como o VDI (Vídeo Digital Interativo. A ferramenta reúne imagens, textos, locuções e trilhas sonoras; tudo auto-explicativo, interativo e dinâmico. Também desconhecem o LDI (Livro Digital Interativo) que nada mais é do que uma versão eletrônica de um livro impresso com muito mais recursos estimulantes de captação de informação por parte do leitor.

Felizmente existem exceções: em recente LDI, a empresa Master Case Digital Business conseguiu apresentar um conteúdo turístico onde são evidenciadas através de vários recursos audiovisuais - as riquezas da fauna, flora, culinária e dicionário típico sob a solicitação de uma organização sul-mato-grossense.

Há outros recursos como o Show Case (essencial para apresentações e palestras a operadores, grupos turísticos, etc), o I-Mailing (comunicação direta a público específico) e a Intranet (para formação de uma rede interna de comunicação envolvendo colaboradores, parceiros e investidores). Isso sem falar de web sites e portais funcionais e objetivos.

Hoje é plenamente possível informar ao turista em potencial as condições de acesso pelas estradas até seu empreendimento ou município, o tempo e a temperatura na região, as condições de operação dos aeroportos, as atividades que o destino turístico reserva para determinado período e até quanto ele vai pagar de pedágio para fazer sua viagem de carro.

Através da Internet e com atualização periódica (não se admite mais web sites estáticos sem conteúdos dinâmicos) estas informações chegam facilmente ao público e denotam, acima de tudo, profissionalismo, organização e atendimento qualificado.

O investimento é mínimo, as empresas especializadas em multimídia estão cada vez mais funcionais e com resultados crescentes. Para quem quer ocupar lugar de destaque na atividade turística, apostar na comunicação rápida, objetiva, eficiente e direta para as necessidades de seu público é um aspecto fundamental. E ainda há como recuperar este tempo perdido.  Ariosto Mesquita é jornalista, pós-graduado em Marketing e mestre em Produção e Gestão Agroindustrial.


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