Até 2015 o cerrado pode estar concentrado apenas no sul de Mato Grosso do Sul e até 2030 pode deixar de existir. Essa é o resultado de um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (a sigla em inglês é IPCC), que alertou para a urgência no corte nas emissões de carbono. Outra questão preocupante segundo o relatório é com a agricultura, que sofrerá com os impactos do aquecimento global. . "Em 50 anos, por exemplo, estaremos importando café da Argentina e Santa Catarina não vai mais produzir maçã”, prevê o cientista inglês, Martin Parry, membro do IPCC.
Conforme o relatório, a redução global precisa ser de 80% até 2015. Ele informou também que o planeta corre o risco de sofrer um aumento de 2 a 4 graus em 50 a 100 anos no processo de aquecimento global.
Além disso, um dos fatos que mais contribui para o aquecimento é o desmatamento. Segundo o pesquisador brasileiro Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Brasil pode contribuir com essa meta ao acabar com os desmatamentos. "Hoje o desmatamento é responsável por 55% das nossas emissões de gases de efeito estufa", disse Nobre.
De acordo com ele, o valor do desmatamento representa 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, e a redução feita nos últimos três anos significou uma economia de 22 toneladas de carbono, avaliados em US$ 2,2 bilhões.
Segundo Nobre, se nada for feito, o aquecimento global vai transformar boa parte da Amazônia em savanas. Outras possíveis conseqüências serão uma desertificação no Nordeste e das áreas que já são secas e maior concentração e intensidade das chuvas. Além disso, as cidades litorâneas vão sofrer com a subida do nível do mar, que, no cenário mais pessimista, poderá chegar a um metro.