Especialistas apontam que a nova taxação anunciada por Donald Trump representa uma ameaça direta à competitividade dos produtos de Mato Grosso do Sul no mercado americano, o segundo maior destino das exportações do Estado. Apesar de os efeitos práticos dependerem da efetivação da medida, a instabilidade histórica do ex-presidente dos EUA causa preocupação.
No caso da carne bovina, a mudança pode afetar o consumidor brasileiro. Se os frigoríficos priorizarem o mercado externo, os preços internos podem subir. Por outro lado, caso as exportações diminuam, é possível haver queda no preço da carne no mercado local.
O governador Eduardo Riedel (PSDB) afirmou que acredita na solução por meio do diálogo. “Eu acho um equívoco do presidente Trump taxar o Brasil. A relação comercial entre os países é antiga, e temos saldo negativo com os EUA. Isso precisa ser resolvido no âmbito da diplomacia”, declarou.
O presidente da Fiems, Sérgio Longen, também criticou a decisão e pediu bom senso. “Temos defendido a competitividade da indústria brasileira. Sobretaxar neste momento é inaceitável. Entendemos que essa tem sido uma estratégia aplicada a outros países, e agora chegou ao Brasil”, afirmou.
O economista Daniel Frainer, da UEMS, avalia que a medida tem motivação política. “Essa questão é política, não econômica. A origem disso está ligada ao processo contra Bolsonaro e à carta dos 50%”, disse. Segundo ele, Trump é conhecido por adotar políticas instáveis. “Não há credibilidade de que essa taxação se sustente nem no curto, nem no médio prazo.”