O consumo de café no Brasil, tradicionalmente um dos maiores do mundo, sofreu retração em abril. De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), as vendas no varejo caíram 16% em relação ao mesmo mês de 2023, reflexo direto da alta expressiva nos preços.
Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o café acumula inflação de 80,2% nos últimos 12 meses — a maior registrada para o produto em um período anual desde a implantação do Plano Real, em 1994.
Mesmo com um início de ano promissor, quando janeiro registrou leve crescimento de 1,26% nas vendas, a tendência foi revertida nos meses seguintes. Em março, a retração chegou a quase 5%, e em abril a queda foi ainda mais acentuada.
O impacto no bolso do consumidor é evidente. No mês passado, o preço do quilo do café variava de R$ 65,50 para o tipo tradicional ou extraforte, chegando a R$ 420,33 nas versões em cápsula. O café solúvel teve o maior aumento: 85% em comparação ao ano anterior.
A combinação de alta nos custos de produção, variações climáticas e questões logísticas tem pressionado o mercado. O resultado é a desaceleração de um hábito que faz parte do cotidiano dos brasileiros — e que agora pesa mais na conta do supermercado.
