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Criptomoedas

Quantos brasileiros já têm criptomoedas em 2025?

O Brasil está entre os dez maiores mercados de adoção do planeta

Da Redação
Capital News

A 8ª edição do “Raio X do Investidor Brasileiro” da Anbima mostra que 37% da população adulta, cerca de 59 milhões de pessoas, mantém algum investimento financeiro. Dentro desse grupo, 11% aplicam em moedas digitais, o que projeta pouco mais de 6,5 milhões de investidores cripto ativos hoje. Entre todos os brasileiros com mais de 16 anos, isso representa 4%, o dobro do patamar visto em 2021.

Mas a régua muda quando o critério de pesquisa deixa de ser “investir atualmente” para “já possuir ou ter possuído”. A 1ª Pesquisa Nacional de Criptomoedas, conduzida pelo Datafolha com apoio de Paradigma Education, identificou 25 milhões de brasileiros, 16% da população, que já compraram cripto ao menos uma vez.

Haver divergência não significa contradição. Os dados da Anbima retrata somente quem declara posições abertas, enquanto o levantamento do Datafolha considera quem entrou e saiu do mercado ou manteve saldos ínfimos em carteiras próprias.

Na prática, as duas sondagens convergem sobre um ponto importante. O Brasil está entre os dez maiores mercados de adoção do planeta, ainda que tenha escorregado da 9ª para a 10ª posição no Índice Global de Adoção de Criptomoedas 2024 da Chainalysis. A curiosidade dos novos entrantes não se faz sozinha. As criptomoedas mais promissoras ganham cada vez mais adeptos no país.

O investidor doméstico vê oportunidades muito além do Bitcoin e do Ether. O debate não gira apenas em torno de volume negociado, também está a percepção de segurança e de regras claras. Todos esses retratos apontam para um país em que a posse de ativos digitais passou de nicho a tendência, ainda minoritária, mas crescendo em ritmo superior ao dos produtos de renda variável tradicionais.

E, se as previsões para 2026 de analistas e reguladores se confirmarem, o retrato estatístico que hoje parece heterogêneo tende a convergir para números bem maiores nos próximos levantamentos. A busca por proteção contra a inflação, que fechou 2024 em 4,83% no IPCA, continua a empurrar o investidor brasileiro para ativos digitais, mas não é o único gatilho.

Pesquisas da Sherlock Communications mostram que cinco em cada dez entrevistados veem as criptomoedas como alternativa de reserva de valor para além do dólar, tendência que ganhou força depois de dois anos seguidos de juro real acima de 7% e desvalorização do real frente ao câmbio. O arcabouço regulatório também deixou de ser obstáculo.

A Lei 14.478/2022, pioneira na América Latina, definiu diretrizes para prestadores de serviços de ativos virtuais e abriu caminho para que a Comissão de Valores Mobiliários editasse normativos específicos sobre oferta de tokens. Ao unificar regras antes dispersas, o texto do Planalto trouxe a previsibilidade jurídica que grandes bancos e seguradoras exigiam para lançar produtos atrelados a criptoativos.

Na frente tecnológica, o projeto Drex já está na segunda fase do piloto, testando casos de uso como crédito colateralizado e cessão de recebíveis tokenizados. O Banco Central estima liberar transações de varejo em 2026, mas a própria autarquia admite que a infraestrutura já permite liquidação instantânea de tokens públicos e privados.

Um levantamento apresentado pelo Mercado Bitcoin indica que até 2030 metade da população, algo em torno de 120 milhões de pessoas, poderá comprar ou manter criptomoedas, impulsionada pelo Drex e pela popularização de stablecoins como meio de pagamento. Caso se confirme, o Brasil saltará do décimo para o quinto maior mercado global em usuários.

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