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Brasil sob ataque: como a falta de IA expõe o sistema financeiro a riscos milionários

Por João Fraga*

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Nos últimos anos, o setor financeiro enfrentou uma onda de ataques a diversas instituições. De acordo com o Security Report 2025, realizado pela Check Point Software, no ano passado, foi revelado que empresas registraram uma média de 1.673 ciberataques semanais em nível global, sendo 1.510 incidentes voltados para empresas do setor financeiro. Isso demonstra como criminosos se aproveitam da vulnerabilidade de empresas para hackear sistemas, absorvendo recursos de suas contas bancárias. Com o advento dessas mudanças, houve a implementação de novas tecnologias no segmento.

A ação dos criminosos está cada vez mais complexa e sofisticada, acompanhando o desenvolvimento de novas tecnologias, como as IAs, e gerando novos desafios no processo de detecção de fraudes.

Em um exemplo mais recente, um ataque hacker destinado a C&M Software, empresa responsável por conectar instituições financeiras ao Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), resultou em um prejuízo que pode somar R$1 bilhão, além de afetar o funcionamento de pelo menos 6 empresas do setor. Para o ano de 2025, espera-se que as empresas invistam cada vez mais em medidas de segurança e formas de prevenção de fraudes que explorem brechas cibernéticas e comportamentais.

Nesse cenário, a adoção de metodologias baseadas nas inteligências artificiais tem se mostrado indispensáveis para bancos e instituições financeiras, visto que tanto elas quanto seus clientes costumam constantemente ser alvos de esquemas fraudulentos. Essa necessidade tem sido notada pelas empresas, tendo em vista que preocupações relacionadas a ciberespionagem e segurança cibernética aparecem entre os cinco principais riscos para os próximos 2 anos segundo o Relatório de Riscos Globais desenvolvido do Fórum Econômico Global.

A IA pode realizar a detecção de fraudes por meio de Machine Learning, processo onde algoritmos são treinados para analisar grandes volumes de dados com o objetivo de identificar padrões complexos. No contexto dos sistemas financeiros, as inteligências artificiais são capazes de identificar anomalias comportamentais e se aperfeiçoar cada vez mais durante esse processo.

Ao analisar dados de diferentes tipos e fontes, como transações, histórico de compras, informações de dispositivos e dados de navegação, essas tecnologias conseguem, com precisão, encontrar comportamentos que indiquem algum tipo de fraude, como, por exemplo, transações atípicas, compras incomuns, tentativas de acesso não autorizado e falsificações de identidade.

Ao identificar uma ação suspeita, a IA pode gerar um alerta para as equipes de segurança, possibilitando a ação dos profissionais para impedir que a fraude seja consolidada. A atenção ao usuário é necessária, pois muitos métodos usados pelos golpistas fazem uso de engenharia social, que são técnicas de manipulação psicológica utilizadas para que pessoas revelem informações confidenciais ou realizem ações que beneficiam os golpistas. Essa agilidade e o monitoramento em tempo real são fatores fundamentais para a prevenção de crimes, sobretudo no setor financeiro, onde as transações são feitas de maneira instantânea.

A inteligência artificial é cada vez mais uma poderosa aliada no combate às fraudes bancárias, devido à sua capacidade de analisar grandes volumes de dados. A machine learning, cujos sistemas conseguem identificar padrões suspeitos, como transações incomuns ou comportamentos fora do habitual do cliente, bloqueando operações fraudulentas antes que sejam concluídas. Além disso, a IA pode cruzar informações históricas e geolocalização para detectar inconsistências, como um cartão sendo usado em dois países diferentes em curtos intervalos de tempo. Essa tecnologia reduz falsos positivos e aumenta a segurança sem prejudicar a experiência do usuário.

Outra vantagem da IA é a automatização de respostas rápidas, como modificações em tempo real para confirmar transações ou até mesmo bloquear contas temporariamente em caso de risco elevado.

Assim, além de proteger o patrimônio dos clientes, a tecnologia fortalece a confiança no sistema financeiro digital. Além dos esforços para transformar o setor, tornando-o mais seguro, é necessário que haja mais políticas públicas para haver ainda mais investimentos sobre tais desenvolvimentos. Unindo forças, o país tende a crescer e impulsionar ainda mais o setor tecnológico do país.


*João Fraga
CEO da techfin Paag

 

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