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Levantamento

Superávit de Mato Grosso do Sul cresce 10,8% e chega a US$ 6,34 bilhões até setembro

Celulose, soja e carne bovina lideram exportações; retração nas importações de gás natural impulsiona resultado positivo

Elaine Oliveira
Capital News

Mato Grosso do Sul registrou um superávit comercial de US$ 6,34 bilhões entre janeiro e setembro de 2025, segundo a Carta de Conjuntura do Comércio Exterior elaborada pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação). O saldo representa um aumento de 10,84% em relação ao mesmo período do ano passado.

No total, o Estado exportou US$ 8,18 bilhões e importou US$ 1,83 bilhão, o que equivale a um superávit 347% maior que o volume importado. As exportações cresceram 4,5%, enquanto as importações caíram 12,75%, impulsionando o resultado positivo da balança.

Os principais produtos exportados foram celulose (29,22%), soja (25,58%) e carne bovina (15,92%). Nas importações, predominaram gás natural (33,03%), cobre (8,14%) e caldeiras e geradores a vapor (6,86%), voltados principalmente ao setor sucroenergético.

“O que podemos destacar, desse estudo, primeiro é a solidez do desempenho de nossas exportações lideradas pela celulose, seguida de perto pela soja e com uma participação importante do setor de carnes. Nossa economia está fortemente alicerçada nessas commodities. O superávit aumentou porque tivemos uma diminuição importante na importação de gás, mas somos essencialmente um Estado exportador. O resultado é bom e era o que a gente já esperava, pelo conjunto de indicadores favoráveis”, observou Jaime Verruck, secretário da Semadesc.

Em comparação com o mesmo período de 2024, houve mudança no ranking das exportações. A soja, que antes liderava com 34,71%, caiu para o segundo lugar (25,58%), cedendo a liderança para a celulose, com 29,22%. A carne bovina teve aumento expressivo, passando de 11,25% para 15,92%. Já açúcares e melaços recuaram de 8,31% para 6,57%, e os farelos de soja de 7,09% para 4,36%.

Nas importações, a redução da compra de gás natural da Bolívia pelo gasoduto Gasbol teve forte impacto: o volume caiu de 2,86 milhões de toneladas em 2024 para 2,1 milhões em 2025, uma redução de 30,69%. Em valores, a queda foi de US$ 874,5 milhões para US$ 606,1 milhões, uma diminuição de 33,03%.

A China segue como principal parceira comercial do Estado, com US$ 3,76 bilhões exportados, leve alta de 1,73% frente ao ano anterior. A participação chinesa, contudo, recuou de 47,30% para 46,11% do total exportado. Os Estados Unidos mantêm a segunda posição, mas com redução no valor comprado — de US$ 471 milhões para US$ 426 milhões — e na participação geral, de 6,02% para 5,21%.

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