Campo Grande 00:00:00 Terça-feira, 07 de Outubro de 2025


Agronegócio Terça-feira, 07 de Outubro de 2025, 11:40 - A | A

Terça-feira, 07 de Outubro de 2025, 11h:40 - A | A

Cotação

Superávit da balança comercial tem pior resultado para setembro em 10 anos

Importação de plataforma de petróleo reduz saldo positivo; governo revisa projeção anual para cima

Elaine Oliveira
Capital News

Influenciada pela importação de uma plataforma de petróleo de Singapura, a balança comercial brasileira registrou queda de 41,1% no superávit em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2024. O país exportou US$ 2,99 bilhões a mais do que importou, o pior resultado para o mês em dez anos, conforme dados divulgados nesta segunda-feira (6) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

De janeiro a setembro, o saldo comercial acumula superávit de US$ 45,47 bilhões, redução de 22,5% em relação ao mesmo período do ano passado.

Apesar da queda no saldo, as exportações atingiram recorde histórico para setembro, somando US$ 30,53 bilhões, alta de 7,2% em relação a 2024. Já as importações totalizaram US$ 27,54 bilhões, com aumento de 17,7%.

O volume exportado cresceu 10,2%, mesmo com queda de 2,5% nos preços médios. As importações tiveram alta de 6,2% em volume, com os preços subindo 1,6%.

Desempenho por setor

Na agropecuária, as exportações cresceram 18%, com destaque para o milho (+22,5%), soja (+20,2%) e café não torrado (+11%).

A indústria extrativa teve avanço de 9,2%, puxada por pedras, areia e cascalho (+50,3%), petróleo bruto (+16,6%) e minério de ferro (+3,3%).

Já a indústria de transformação subiu 2,5%, impulsionada por ouro não monetário (+94,4%), carne bovina (+55,6%) e veículos de passeio (+50%).

Do lado das importações, o destaque foi o aumento de 73,2% em bens de capital, reflexo direto da compra da plataforma de petróleo. Também cresceram os bens de consumo (+20,1%) e bens intermediários (+10,5%), enquanto os combustíveis caíram 15,2%.

Revisão das projeções

O Mdic revisou as projeções para 2025, estimando um superávit de US$ 60,9 bilhões, acima da previsão anterior de US$ 50,4 bilhões. As exportações devem alcançar US$ 344,9 bilhões, enquanto as importações devem cair para US$ 284 bilhões.

A pasta destacou que as estimativas são atualizadas a cada três meses e que o novo cenário já considera efeitos do tarifaço dos Estados Unidos.

Segundo o Boletim Focus, do Banco Central, o mercado financeiro projeta um superávit um pouco maior, de US$ 64,4 bilhões ao fim de 2025. No ano passado, o saldo comercial ficou em US$ 74 bilhões, abaixo do recorde de US$ 98,9 bilhões registrado em 2023.

Comente esta notícia


Reportagem Especial LEIA MAIS