A estiagem prolongada e o calor intenso têm prejudicado bastante a produtividade da soja e do milho em Mato Grosso do Sul, segundo estudo divulgado pela Aprosoja/MS. O relatório avaliou as safras 2023/2024 e 2024/2025, mostrando que a irregularidade das chuvas afetou quase todas as regiões produtoras do estado.
Na safra de soja 2023/2024, foram plantados 4,2 milhões de hectares, porém a produção média caiu para 48,84 sacas por hectare — uma das menores em dez anos. A queda na produção total foi de 8%, principalmente nas regiões centro e sul, que concentram mais de 80% das plantações.
Sobre o milho da segunda safra, a situação também foi preocupante. A precipitação acumulada ficou em torno de 600 mm, abaixo do necessário, o que impactou negativamente a qualidade e quantidade da colheita. Para o próximo ciclo da soja, a Aprosoja/MS alerta para a continuidade das dificuldades climáticas e recomenda mais investimentos em irrigação e manejo.
Gabriel Balta, coordenador técnico da Aprosoja/MS, afirmou que "a estiagem já altera a dinâmica agrícola do Estado e compromete a sustentabilidade econômica dos produtores". O presidente Jorge Michelc destacou que “é preciso ampliar o debate sobre gestão hídrica e tecnologias para garantir a continuidade do setor”.
O estudo foi elaborado com base em dados do SIGA-MS e outros projetos que acompanham o desempenho das lavouras em 79 municípios, usando sensoriamento remoto e observações de campo. O levantamento também apoiou o Projeto de Lei 5.122/2023, que trata da renegociação de dívidas rurais no estado.