A safra brasileira de algodão 2024/25 está sendo finalizada com um marco histórico nas exportações. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) analisados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o Brasil já embarcou 2,82 milhões de toneladas da fibra entre agosto de 2024 e a quarta semana de julho de 2025 — volume 5% superior ao da temporada passada, que detinha o recorde com 2,68 milhões de toneladas.
Apesar do bom desempenho no comércio exterior, o mercado interno segue marcado por instabilidade nos preços. Segundo o Cepea, as cotações do algodão em pluma têm oscilado diante de uma “queda de braço” entre vendedores e indústrias. Enquanto alguns vendedores demonstram maior flexibilidade nos preços, compradores mantêm ofertas ainda mais baixas, o que trava a liquidez nas negociações.
Outro fator que tem influenciado o ritmo do mercado é a dificuldade de aprovação dos lotes disponibilizados, o que também limita os fechamentos. Além disso, o atraso na colheita e no beneficiamento da atual temporada leva muitos agentes a priorizarem o cumprimento de contratos a termo — especialmente porque esses acordos foram fechados a valores mais atrativos do que os praticados atualmente no mercado spot.
Com o encerramento da safra se aproximando, a expectativa dos analistas é de que o mercado siga atento à evolução da oferta, da qualidade da pluma e às condições internacionais, que seguem favoráveis para o escoamento da produção brasileira.