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Agronegócio Quinta-feira, 14 de Agosto de 2025, 09:03 - A | A

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China lidera compras

Brasil bate recorde de exportação de carne bovina em julho, antes do tarifaço dos EUA

Foram embarcadas 313,6 mil toneladas no mês, com receita de US$ 1,67 bilhão

Elaine Oliveira
Capital News

No último mês antes da entrada em vigor da tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos às exportações brasileiras de carne bovina, o Brasil registrou recorde histórico nos embarques do produto. Em julho, foram exportadas 313.682 toneladas, crescimento de 15,6% em relação a junho e de 17,2% frente ao mesmo mês de 2024, quando foram embarcadas 267.885 toneladas. A receita somou US$ 1,67 bilhão.

Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) e foram compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), que reúne 47 empresas responsáveis por 98% das exportações brasileiras de carne bovina.

China mantém liderança

A China foi o principal destino da carne bovina brasileira em julho, adquirindo 160,6 mil toneladas (51,2% do total), o equivalente a US$ 881,9 milhões — altas de 18,1% sobre junho e de 16,7% na comparação com julho de 2024. Os Estados Unidos ficaram em segundo lugar, com 18,2 mil toneladas (US$ 119,9 milhões), seguidos por México (15,6 mil toneladas; US$ 88,3 milhões), Rússia (13,8 mil toneladas; US$ 61,5 milhões) e União Europeia (11,8 mil toneladas; US$ 99,4 milhões).

Perfil das exportações

A carne bovina in natura respondeu por 88,27% dos embarques, com 276,9 mil toneladas — aumento de 14,8% em relação a junho e de 16,7% na comparação anual. Miúdos representaram 6,23% do total, enquanto os industrializados corresponderam a 3,27%. As duas categorias registraram crescimentos expressivos em relação ao mês anterior.

Acumulado do ano

De janeiro a julho, o Brasil exportou 1,78 milhão de toneladas de carne bovina, gerando US$ 8,9 bilhões em receita. O resultado representa alta de 14,1% em volume e de 30,2% em valor frente ao mesmo período de 2024.

A China segue na liderança, com 801,8 mil toneladas (44,9% do total) e US$ 4,10 bilhões, seguida por Estados Unidos (199,7 mil toneladas; US$ 1,16 bilhão), Chile (69,3 mil toneladas; US$ 373,3 milhões), México (67,7 mil toneladas; US$ 364,6 milhões) e Rússia (60 mil toneladas; US$ 252,6 milhões).

Entre os mercados com maior crescimento no ano, destacam-se México (+217,6%), União Europeia (+109,7%), Canadá (+101,1%), Angola (+49,3%), Arábia Saudita (+26,9%) e Geórgia (+10,8%).

Diversificação de mercados

Em 2025, o Brasil vendeu carne bovina para cerca de 160 países, consolidando-se como o maior exportador mundial. Segundo a Abiec, houve expansão relevante em mercados estratégicos no Oriente Médio, Sudeste Asiático e Leste Europeu.

Apesar da inclusão da carne na tarifa de 50% do governo Donald Trump, a entidade acredita que a demanda internacional continuará aquecida no segundo semestre, com manutenção das vendas e abertura de novas oportunidades comerciais.

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