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Economia Domingo, 17 de Agosto de 2025, 13:07 - A | A

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Pesquisa Inédita

Desenvolvimento social no campo não acompanha crescimento econômico do agronegócio em Mato Grosso do Sul

A média geral dos oito municípios avaliados é 0,49, mostrando que a prosperidade agrícola não tem revertido em avanços sociais significativos

Viviane Freitas
Capital News

Apesar de Mato Grosso do Sul ser um dos principais polos agrícolas do país, a qualidade de vida nas áreas rurais não reflete a força econômica do setor. Pesquisa inédita da Agenda Pública, publicada pelo Valor Econômico, aponta que oito municípios sul-mato-grossenses figuram entre os maiores produtores agropecuários do Brasil, mas apresentam índices de qualidade de vida rural inferiores a 0,6 (numa escala de 0 a 1), indicando desenvolvimento social ainda insatisfatório.

Os municípios de Ribas do Rio Pardo e Rio Brilhante lideram o ranking estadual, com índices próximos a 0,54, seguidos por Três Lagoas e Costa Rica, ambos em 0,50. Dourados, por outro lado, está entre os que apresentam menor índice, com 0,43. A média geral dos oito municípios avaliados é 0,49, mostrando que a prosperidade agrícola não tem revertido em avanços sociais significativos.

O estudo leva em conta fatores como saúde, educação, infraestrutura e eficiência da gestão pública, mostrando que o porte econômico do agronegócio não é suficiente para melhorar a qualidade de vida da população rural. Municípios com uma administração pública mais eficiente conseguem traduzir melhor a renda do campo em benefícios sociais.

No Brasil, a educação rural destaca-se como o principal ponto fraco, com desempenho geral considerado baixo entre as maiores cidades produtoras. A ausência de um ensino de qualidade compromete a inovação e o uso de tecnologias, prejudicando o futuro da agricultura.

Além disso, o Índice de Desenvolvimento Rural, que avalia presença de jovens, assistência técnica e produtividade familiar, confirma que, mesmo em municípios economicamente relevantes, o desenvolvimento rural ainda enfrenta desafios, com exclusão social das comunidades mais afastadas.

O diretor da Agenda Pública, Sérgio Andrade, ressalta que o desafio é fazer com que a riqueza do setor se transforme em melhorias concretas para o campo, destacando a necessidade de repensar políticas públicas para garantir desenvolvimento sustentável nas zonas rurais.

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