Mato Grosso do Sul encerrou 2024 com 24.280 vagas de emprego não preenchidas, segundo a Fundação do Trabalho (Funtrab). A escassez de mão de obra qualificada é um entrave ao desenvolvimento econômico do Estado, afetando diversos setores, como indústria, agroindústria, construção civil, logística e serviços.
O setor industrial é o mais impactado, com um déficit de quase 6 mil trabalhadores especializados. Kleber Luiz Recalde, presidente do Sinduscon-MS, destaca que a falta de profissionais qualificados é o principal desafio e que o sindicato criou programas como “Construindo Talentos” e “Elas Constroem” para preparar mão de obra, inclusive para o público feminino.
Além da questão da qualificação, o aumento dos benefícios sociais tem influenciado a disposição para o mercado de trabalho. Mato Grosso do Sul tem o maior gasto per capita do Brasil em programas sociais, e especialistas como Carlos Ornellas apontam que isso contribui para a redução da busca por emprego, principalmente entre jovens, mulheres e pessoas com menor escolaridade.
No campo, a demanda por profissionais treinados está concentrada na operação de máquinas agrícolas, manejo de gado e uso de tecnologias modernas. O superintendente do Senar-MS, Lucas Galvan, afirma que os cursos técnicos têm alto índice de empregabilidade, com 80% dos alunos já inseridos no mercado após a formação.
Com previsão de crescimento de 5,3% para 2025, o dobro da média nacional, o Estado precisa superar o desafio de formar profissionais qualificados e atrair especialistas de outras regiões para acompanhar o ritmo da economia. Ornellas reforça que o desenvolvimento depende de uma combinação de formação local e atração externa de talentos.