Um terreno abandonado há mais de 13 anos, conhecido como “Cidade dos Ônibus”, pode finalmente ganhar utilidade em Campo Grande. A prefeitura avalia transformá-lo em um centro logístico estratégico, com foco na futura operação da Rota Bioceânica, que promete fortalecer o comércio entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.
A área de 20 hectares, localizada próxima à BR-163 e ao anel viário, chegou a ser anunciada como uma central de transporte coletivo em 2012, mas nunca saiu do papel. O projeto original previa garagens, oficinas e estrutura de apoio aos motoristas. Hoje, o que resta ali é o matagal e uma estrutura de outdoor desgastada pelo tempo.
De acordo com Luciano Rodrigues, superintendente de Desenvolvimento Econômico de Campo Grande, a nova proposta está sendo articulada com o setor produtivo e o Governo do Estado. “Queremos transformar aquele espaço em um polo público para serviços logísticos, com estrutura voltada a empresas de transporte e carga”, disse ele ao Capital News. “A iniciativa privada já está se movimentando, e o poder público precisa acompanhar esse ritmo.”
Rodrigues destacou que, antes de se tornar viável, o projeto precisa vencer obstáculos como melhorias no acesso viário, pavimentação e iluminação do entorno. “Esses pontos já estão em negociação com os órgãos responsáveis. Sabemos do potencial daquele local e da urgência de integrá-lo à nova rota comercial do continente”, reforçou.
Na última semana, uma audiência pública na Câmara Municipal discutiu a regulamentação do Corredor Bioceânico em âmbito local. Foram sugeridas ações como definição de áreas logísticas, triagem de caminhões, sinalização em dois idiomas e pontos de apoio ao turista. A ponte internacional da Rota, que ligará Porto Murtinho ao Paraguai, já está quase concluída e deve impulsionar investimentos logísticos em toda a região centro-oeste.