O prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho (PMDB), determinou que o Carnaval da capital morena tradicional na Avenida Fabio Zahran- Via Morena, será transferida para os arredores da Praça do Papa, no bairro Santo Amaro.
O único problema enfrentado pela Fundação Municipal de Cultura (Fundac) e Liga das Escolas de Samba é uma rua que atenda a todos os requisitos como espaço, estacionamento e iluminação pública e o mais importante sem morados próximos.
Essa mudança de local dos desfiles das escolas de Samba de Campo Grande acontece em razão da Lei do Silêncio que foi alterada semana passada para que pudesse contemplar os shows da Expogrande.
A justiça proibiu a realização de shows no Parque de Exposições Laucídio Coelho em razão dos decibés acima do permitido. Mesmo com a votação feita pela Câmara que alterou a lei ainda há algumas burocracias para se realizar shows sem desrespeitar a Lei. Uma delas é a autorização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbanístico (Semadur). Caso os eventos não atendam às regras, serão vetados. Para evitar problemas, o prefeito decidiu mudar o lugar do Carnaval.
Para tentar esclarecer mais sobre a Lei do Silêncio,ontem, foi realizado uma audiência pública que discutiu como seria o melhor jeito de atender essa lei. A audiência foi presidida pela presidente da Comissão Permanente de Educação, Cultura e Desporto Professora Rose (PSDB) e contou com vereadores Paulo Siufi, Lídio Lopes, Dr. Jamal Salem, Athayde Nery, João Rocha, Thais Helena, Flávio César, Vanderlei Cabeludo e Alex.
Marcaram presença na reunião o delegado da DEOPS (Delegacia Especializada de Ordem Política e Social), Antônio Silvano Rodrigues Mota; o secretário Marcos Cristaldo da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbanístico); o advogado Eduardo Cury, representante dos promotores de eventos; o presidente da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Francisco Maia; e também o ex-vereador e presidente da Associação de Moradores do Bairro Jockey Club, Waldemir Poppi.
A figura mais esperada da audiência o promotor Alexandre Lima Raslan, autor da ação que motivou a determinação judicial que proíbe a realização de shows no Parque de Exposições Laucídio Coelho, em Campo Grande, foi convidado, mas não pode ir em razão de um compromisso oficial.
O ex-vereador Waldemir Poppi, autor da Lei do Silêncio, de 1996, destacou que o barulho produzido pelos shows no Parque de Exposições afeta cerca de 30 mil moradores das proximidades, em bairros como Jockey Club, Vila Progresso, Vila Carvalho, Jardim América, dentre outros. Poppi afirmou ainda que o horário de início dos shows também é um problema, pois a maioria dos eventos começa depois da 1 hora da madrugada.
Mesmo com a audiência ainda não houve nenhum contraponto para saber qual é a melhor forma de fazer as festas e shows sem desrespeitar a lei.
