José Cruz/Agência Brasil

O ministro Alexandre Padilha (Saúde), concedeu entrevista para falar sobre os casos de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol
Quatro casos suspeitos de intoxicação por estão sendo investigados em Mato Grosso do Sul, segundo informou o Ministério da Saúde neste sábado (4). O estado entrou em alerta após a morte de Matheus Santana Falcão, de 21 anos, em Campo Grande. O jovem apresentou sintomas compatíveis com envenenamento após consumir cachaça de marca suspeita.
De acordo com familiares, a bebida foi comprada em uma conveniência do bairro onde Matheus morava. “Ele tomou a cachaça Camelinho e passou mal no dia seguinte”, contou o irmão, que registrou boletim de ocorrência. Após sentir náuseas, vômitos escurecidos e dor intensa, o jovem foi atendido na UPA do Bairro Universitário, mas não resistiu.
O caso ocorre em meio a uma onda nacional de contaminações. O Ministério já contabiliza 127 ocorrências suspeitas em vários estados, com 11 casos confirmados e 12 mortes. A maioria está em São Paulo (104), mas há registros também em Goiás, Paraná, Pernambuco, Bahia e agora MS.
“Seguimos os protocolos científicos para tratamento”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Ele anunciou a compra de 12 mil ampolas de etanol farmacêutico e 2,5 mil doses de fomepizol — antídotos usados nesses casos — que devem chegar aos hospitais na próxima semana. A aquisição foi feita com apoio da Opas e de um fabricante japonês.
Em Campo Grande, a Guarda Civil e a Vigilância Sanitária iniciaram fiscalizações em bares e lojas de bebidas. Até o momento, nove estabelecimentos foram autuados pelo Procon-MS este ano por venderem bebidas falsificadas ou contrabandeadas. Nos bares, o medo cresce. “A gente está evitando cachaça, agora só na cerveja”, comentou um cliente de um bar no centro.