Após a realização de uma auditoria, a União Europeia (UE) identificou uma série de irregularidades no controle sanitário da carne brasileira e ameaçou suspender as importações. A UE é um dos maiores importadores das proteínas brasileiras.
Em carta enviada ao ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP), a Comissão Europeia, afirmou que o Brasil nada tem feito para retomar a confiança do bloco, abalada pelas irregularidades apontadas no âmbito da Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal (PF), em março deste ano.
No documento, segundo apurou o jornal Estadão, o comissário de Saúde Alimentar da UE Vytenis Andriukaitis afirma que o bloco duvida da credibilidade dos sistemas de controle sanitários e que os recentes escândalos enfraquecem a confiança na capacidade das autoridades brasileiras.
Na ocasião, a Comissão Europeia comunicou, como forma de alertar as autoridades, a suspensão das importações de carne de cavalo, devido, além das irregularidades sanitárias, às praticas oficiais de certificação.
A ação sinaliza eventual possibilidade de suspensão das importações das carnes bovinas e de frango. A união Europeia é o segundo maior comprador de frango do Brasil. O mercado movimentou R$ 1,074 bilhão no ano passado. E o terceiro maior comprador de carne bovina, movimentando a cifra de R$685 milhões também em 2016.
Desde a operação da PF, a União Europeia enrigeceu o controle de entrada de carnes brasileiras. Até agora, foram identificadas 93 irregularidades com os produtos, bem como a rejeição de 90 carregamentos.
Além da supensão da importação de carne de cavalo, a UE solicita que o Brasil implemente um sistema de testes microbiológicos para avaliar as carnes bovinas e de frango, antes que elas saiam do país, em direção à Europa.
Andriukaitis adiantou que até o fim de 2017, a UE enviará ao Brasil uma nova missão, e que caso a situação perdure, serão aplicadas medidas adicionais de segurança.
A reportagem do Capital News enviou questionamentos ao presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrisul), Jonatan Barbosa, para avaliar o impacto dessa decisão aos produtores do Estado, mas, até o fechamento dessa reportagem, não obteve retorno.