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Rural Segunda-feira, 16 de Fevereiro de 2009, 17:03 - A | A

Segunda-feira, 16 de Fevereiro de 2009, 17h:03 - A | A

Associados da Cooagri aprovam ADM

Da redação

Os associados da Cooperativa Agropecuária e Industrial (Cooagri) aprovaram na sexta-feira a proposta de arrendamento de sua estrutura à Archer Daniels Midland (ADM), multinacional com sede nos Estados Unidos e atuação nos ramos de grãos e álcool. O acerto já estava encaminhado, mas dependia do aval dos cooperados.

De acordo com a oferta aprovada, a ADM arrendará a cooperativa por cinco anos, mas há uma opção de compra que poderá ser exercida em dois anos. Participaram da assembleia da Cooagri cerca de 250 associados - a cooperativa tem, no total, quase 4 mil sócios. Os representantes da ADM foram encabeçados pelo próprio presidente da companhia na América do Sul, Domingo Lastra.

A múlti comprometeu-se a fazer uma injeção emergencial de R$ 10 milhões na cooperativa. Os recursos servirão para cobrir a folha de pagamento de janeiro, que está atrasada, e também para pagamentos de prestadores de serviços e fornecedores, segundo Wilson Vieira Loubet, advogado da Cooagri e sócio do escritório Pithan & Loubet Advocacia.

"As atividades [da cooperativa] estão todas paralisadas, mas a intenção é que o trabalho seja retomado ainda em fevereiro", afirma o advogado. A Cooagri tem 18 armazéns, espalhados pela região sul de Mato Grosso do Sul.

"Com o acerto, tudo vai ficar melhor. O Estado tem um déficit em capacidade de armazenagem, e a ausência dos armazéns da Cooagri deixaria a situação ainda pior nesta safra", diz Luciano Muzzi Mendes, presidente do Sindicato Rural de Maracaju. Embora a sede da cooperativa fique em Dourados, distante 91 quilômetros, Maracaju concentra a maioria dos membros da sociedade.

O aval dado pelos cooperados é crucial para a múlti assumir os silos da Cooagri, mas não definitivo. Em nota, a ADM disse que "ainda aguarda a anuência dos credores para finalizar o processo" - a reunião com os credores está marcada para amanhã, em São Paulo. Sem fornecer maiores detalhes, a empresa informou ainda que "já conta com apoio do governo estadual" para o projeto. O plano prévio inclui a criação de uma nova empresa para assumir os principais ativos da Cooagri. Os débitos, a serem renegociados, ficariam sob o guarda-chuva da "velha" Cooagri.

A cooperativa estava em crescimento acelerado desde o início desta década. Segundo a edição de 2008 do anuário Valor 1000, a receita líquida da cooperativa em 2007 foi de R$ 638 milhões - em 2000, havia sido de R$ 40 milhões. O avanço, contudo, dependia em grande parte de empréstimos bancários. A dívida da cooperativa é de cerca de R$ 240 milhões. (Fonte: Valor Econômico)
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