O Projeto de Lei nº 2.627/2025, que estabelece a proibição progressiva da exportação de gado vivo no Brasil, gerou reação contrária de diversas entidades ligadas à pecuária, entre elas a Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul). O tema será debatido nesta semana em audiência pública no Congresso Nacional.
A proposta, apresentada pela deputada federal Duda Salabert (PDT), prevê a restrição gradual da comercialização de animais vivos para o exterior, com a intenção de eliminar essa prática completamente em até dez anos, além de estabelecer a proibição total a partir do quinto ano após a entrada em vigor da lei.
Em nota divulgada nesta segunda-feira (18), as entidades que compõem a União Nacional da Pecuária (Unapec) deixaram claro que nada impede que os países compradores adquiram carne processada do Brasil. No entanto, por motivos culturais, religiosos e estruturais da cadeia produtiva, muitos preferem a compra dos animais vivos.
Segundo as associações, a aprovação do projeto não alterará a demanda desses países, que simplesmente buscarão outros fornecedores, causando prejuízos para o Brasil, que perderá participação nesse segmento do comércio internacional.
As organizações também ressaltam que a exportação de gado vivo oferece ao produtor rural maior autonomia nas negociações, evitando a dependência exclusiva das indústrias frigoríficas. Para eles, retirar essa alternativa significa submeter os pecuaristas a um mercado altamente concentrado, onde poucos compradores ditam os termos.
Além disso, a exportação de animais vivos é vista como uma ferramenta importante para ampliar mercados, fortalecer a posição do produtor e tornar a pecuária mais competitiva no cenário global.
A Unapec é composta por várias associações regionais, incluindo a Acrissul (MS), Acrimat (MT), Acripará (PA), Assocon (Nacional), Novilho Precoce Tocantins, Sociedade Rural do Paraná e Apron (Rondônia).